| 13/06/2003 18h22min
Um míssil matou um militante do Hamas e feriu, pelo menos, 25 outros palestinos na cidade de Gaza nesta sexta, dia 13, horas depois de Israel prometer travar uma guerra "até o final amargo" contra o grupo islâmico, apesar do apelo norte-americano por moderação. Pouco tempo depois, um novo ataque israelense atingiu outro alvo em Gaza.
Testemunhas disseram que dois foguetes disparados por um helicóptero atingiram o carro de Fuad Al Lidawi no bairro de Sabra, perto da casa do líder espiritual do Hamas, xeque Ahmed Yassin. Esse é o quarto ataque desse tipo em uma semana cheia de incidentes violentos que ameaçam o recém-retomado processo de paz.
Para evitar que isso ocorra, os chefes de polícia palestinos se reuniram em Ramallah, na Cisjordânia, para discutir uma maneira de cumprir sua parte no plano de paz: controlar a violência dos separatistas contra os israelenses.
Na quarta, um militante do Hamas provocou uma explosão dentro de um
ônibus de Jerusalém, matando a si mesmo e a
16 outras pessoas. Israel respondeu com bombardeios na Faixa de Gaza, deixando outros mortos.
– Como um governo responsável pela segurança de seus cidadãos, precisamos travar uma guerra até o final amargo [contra o Hamas], porque ninguém mais, pelo menos a esta altura, o fará – disse o vice-ministro israelense da Defesa, Zeev Boim, à Rádio do Exército.
O xeque Yassin disse que o Hamas não vai se abalar com a ameaça.
– Estamos em busca do martírio – disse ele à emissora de TV Al Arabiya. – Não tememos ameaças e não tememos a morte.
Os Estados Unidos voltaram a pedir que o recém-nomeado primeiro-ministro palestino, Mahmoud Abbas, tome medidas contra o Hamas. Mas Washington também fez um raro pedido de moderação a seus aliados israelenses.
– Estamos todos ansiosos para ver moderação e compreendemos que seja importante reduzir o terrorismo – disse o secretário de Estado Colin Powell antes do ataque em Gaza. – Se o terror for reduzido, a resposta ao terror não será mais necessária.
Segundo os militares israelenses, Lidawi, 26, fazia parte de um esquadrão do Hamas que se preparava para lançar mísseis contra uma cidade israelense junto à Faixa de Gaza. Milhares de palestinos acudiram ao carro destroçado, recolhendo partes do cadáver do militante. Vários deles prometeram vingança contra Israel.
O Hamas, que se opõe ao plano de paz e à própria existência de Israel, chegou a negociar uma trégua com o moderado Abbas, mas rompeu o diálogo por discordar do discurso conciliador do premiê na cúpula da semana passada com o premiê de Israel, Ariel Sharon, e com o presidente dos EUA, George W. Bush.
Israel diz que vai agir contra os militantes enquanto Abbas não o fizer. Mas, segundo pesquisa publicada pelo jornal Yedioth Ahronoth, 67% dos israelenses querem o fim da "política de assassinatos" contra os palestinos, ao menos temporariamente, a fim de que Abbas possa consolidar seu poder.
Nesta sexta, fontes israelenses e palestinas disseram que mediadores do Egito e dos EUA estão tentando mediar um acordo segundo o qual Israel vai retirar suas tropas de Gaza em troca de um cessar-fogo do Hamas. Com informações da agência Reuters.
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