Em uma tentativa desesperada de tentar salvar o plano de paz para o Oriente Médio, o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, está preparando um encontro de líderes do Quarteto (EUA, Rússia, Nações Unidas e União Européia).

A reunião deve ocorrer em Ácaba, o mesmo balneário jordaniano em que o presidente dos EUA, George W. Bush, alcançou na semana passada um acordo entre os líderes israelense, Ariel Sharon, e palestino, Mahmoud Abbas.

A reunião do grupo de países e organizações que patrocinam o processo de paz deve ocorrer no próximo dia 22, coincidindo com o Fórum Econômico Mundial, mas ainda não houve um acordo definitivo sobre o encontro. O esboço do plano prevê o fim de 32 meses de conflito no Oriente Médio e a criação de um Estado palestino até 2005, entre outras medidas.

Powell planeja ir à Jordânia após o final de uma viagem pela Ásia, que deve começar na próxima segunda-feira. A Casa Branca atribuiu ao Hamas a responsabilidade da nova onda de violência no Oriente Médio.

Enquanto isso, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmou nesta quinta que é favorável ao envio de uma força de paz armada ao Oriente Médio, para criar uma zona tampão entre israelenses e palestinos. Annan defendeu a alternativa em entrevista ao jornal "Ha'aretz" e ao Canal Dois de TV, após afirmar que, "aparentemente, os dois lados do conflito não estão conseguindo chegar a um acordo por si próprios".

– Do jeito que as coisas caminham precisaremos de uma força que ajude a acalmar a situação e permita que a negociação continue – disse Annan.

Nesta quinta, Israel realizou seu quinto bombardeio na Faixa de Gaza em apenas 48 horas, matando um dos dirigentes do grupo radical islâmico Hamas e sua família - incluindo uma menina de 3 anos. Em resposta, o Hamas - responsável pelo atentado a bomba que matou 17 em Jerusalém na quarta-feira - prometeu continuar sua campanha de ataques ao Estado judeu e reduzir Israel a escombros, com atentados a bomba contínuos. O Hamas também exortou todos os estrangeiros a abandonarem imediatamente Israel e os territórios palestinos, para "preservarem suas vidas".