| 30/12/2009 10h35min
O setor de laticínios fecha o ano com a conclusão de grandes negócios, consolidando uma expansão do setor que teve início há quase duas décadas. Primeiro foi o aumento no mercado do segmento de leite longa vida, pela metade dos anos 90. Depois, o crescimento das exportações de leite em pó, já a partir de 2007. Este ano, destaque para as aquisições feitas pelas maiores empresas do setor. Outro setor que ganhou expressão em 2009 também por transações e conquistas semelhantes no mercado mundial foi o de papel e celulose.
No final do mês de novembro a gaúcha Bom Gosto anunciou a compra do Laticínio Cedrense de Santa Catarina. O investimento de R$ 64 milhões incluiu a compra de quatro unidades industriais nos três Estados do sul. O negócio coloca agora a empresa como quarta colocada no ranking nacional que passa a industrializar 1,2 bilhão de litros de leite por ano, considerando também a produção das unidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Mato grosso do Sul. Como parte dos investimentos ainda está o projeto de construção de uma fábrica no Uruguai, com capacidade para processar 400 mil litros de leite por dia. Será a primeira indústria brasileira de laticínios a se instalar fora do país.
– As estratégias da Bom Gosto já têm sido traçadas há mais tempo, que é a consolidação do setor, desde participar em várias regiões do Brasil e realmente se tornar uma empresa em nível nacional e internacional, como estamos fazendo agora com o investimento no Uruguai – disse o presidente do Grupo Bom Gosto, Wilson Zanatta.
No setor de papel e celulose, o destaque em 2009 foi a operação de compra da Aracruz pela VCP, Votorantim Celulose e Papel. Do negócio, de US$ 1,4 bilhão nasceu a Fibria, com a pretensão de tornar referência na produção e exportação de celulose a partir de florestas renováveis.
A Fíbria começa com pelo menos 15 mil profissionais e tem capacidade para produzir mais de seis milhões de toneladas de celulose e papel por ano. O empresário Horácio Lafer Piva já foi presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel. Agora faz parte do Conselho de Administração das Indústrias Klabin, que é líder no segmento. É dele a avaliação sobre o desempenho do setor este ano.
– Faz muito sentido como ganho de escala, captura de valor, encontro de sinergias. Eu acredito que no nosso setor temos ainda alguns espaços, talvez no segmento de papel ondulado, de embalagens, onde podem acontecer movimentos da mesma natureza – afirmou o empresário Horacio Lafer Piva
As fusões e aquisições aumentam a competitividade das empresas no mercado internacional. Isso é certo. Mas qual a reação do mercado a estas negociações? Para os especialistas, o que preocupa no início, pode significar nada, ou quase nada pouco tempo depois, principalmente para o consumidor. E melhor, eles dizem que essas mudanças só fortalecem o setor.
– Eu diria que o nosso agronegócio está mais profissional, e aqui sem nenhuma ofensa a nenhum produtor rural. Ele está mais preparado a competir internacionalmente, mais preparado a competir com mais qualidade, mais preparado a competir com mais produtividade – avalia o especialista Mário Nogueira.
Outro setor se destacou este ano pelas transações comerciais e fortalecimento no mercado: o de produção de açúcar, álcool e energia.
– Foi um ano comercialmente ruim, mas em que as empresas foram capazes de sair de uma situação muito ruim para uma situação melhor.
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