| 10/12/2009 17h38min
O Brasil e mais 35 países assinaram um texto, incluído nas negociações da cúpula da ONU sobre a mudança climática (COP15), que exige que os países industrializados reduzam suas emissões de gases estufa em pelo menos 40%, quase o dobro do proposto pelo bloco industrializado.
O anúncio do documento foi feito em entrevista coletiva pelo chefe da delegação brasileira em Copenhague (Dinamarca), Luiz Alberto Figueiredo Machado, que tentou minimizar o texto vazado no começo da semana e cuja distribuição foi atribuída a países emergentes como China, Brasil e Índia.
— Não era um texto formal e não foi distribuído pelo Brasil. Era um papel com ideias, um documento de trabalho redigido em um momento específico das negociações, há algumas semanas. E já foi superado — afirmou Machado.
Segundo o brasileiro, o único documento que o Brasil defendeu nas sessões plenárias é o que reivindica aos países ricos, até 2020, um corte de 40% nas emissões de
poluentes em relação aos níveis de 1990. O
número dista dos 20% prometidos pela União Europa (UE), dos 25% propostos pelo Japão e dos 17%, em relação aos níveis de 2005, sugeridos pelos Estados Unidos.
A respeito das dificuldades nas negociações, Machado declarou que a maioria dos países ricos "está tendo dificuldades" em propor "números claros" sobre a ajuda financeira que darão para que as nações em desenvolvimento possam minimizar a mudança climática.
— Espero que nos próximos dias seja possível estabelecer as bases para que, na semana que vem, tenhamos números claros, reais e expressivos — declarou.
O brasileiro destacou que a adaptação dos países em desenvolvimento ao aquecimento global "requer uma profunda revolução tecnológica e dos patrões de produção", o que implica "despesas e a possibilidade (de estas nações) receberem recursos externos" financiados pelos países ricos.
Ontem, Machado disse que nem Brasil nem o resto dos países em desenvolvimento aceitarão
um compromisso obrigatório quanto à redução das
emissões. Como exemplo do compromisso do Brasil na luta contra a mudança climática, a delegação brasileira apresentou em seu pavilhão as particularidades da Fundação Amazônia, apoiada pelo BNDES. O projeto, criado em 2007, permitiu que o desmatamento da Amazônia - a principal causa das emissões de CO2 no Brasil - fosse reduzido em 75% nos últimos cinco anos.
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Foto:
Anja Niedringhaus , AP
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