| 04/12/2009 17h55min
O governo do Brasil se esforça para inserir as discussões sobre o etanol e o biodiesel como alternativas para a redução do efeito estufa durante os debates da 15ª Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP-15), que ocorrerá de 7 a 18 de dezembro, em Copenhague (Dinamarca). Com isso o Brasil espera atrair fornecedores e clientes para os produtos.
Os argumentos brasileiros se baseiam na capacidade do etanol de emitir nove vezes menos gases de efeito estufa em comparação a outros combustíveis, além de ser produzido a custos mais baixos do que os tradicionais. As discussões serão realizadas na próxima terça, dia 8.
— Mesmo na pior das hipóteses, a produção de biocombustíveis é melhor do que a gasolina. O nosso é melhor ainda. Nós não somos contra o etanol [vindo de outros países]. Há espaço para tudo. Por pior que seja produzido o biocombustíveis, tem de ser melhor do que a gasolina — afirmou o diretor do Departamento de Energia do Ministério de Relações Exteriores, André Corrêa do Lago.
A rodada de discussões sobre etanol será conduzida por dois embaixadores brasileiros e mais três especialistas da área de biocombustíveis. Haverá, ainda, representantes dos Estados Unidos e da Suécia.
Para mostrar na prática as vantagens do produto, o empresário gaúcho Eduardo Malmann apresentará seu projeto sobre miniusinas de etanol cuja produção é voltada para a eletricidade e os combustíveis.
As organizações não governamentais norte-americanas Nature Conservacy e Project Gaia vão apresentar seus programas utilizando o biocombustível como alternativa para a redução do desmatamento e melhoria da qualidade de vida.
— Soja, etanol e celulose vão apresentar o compromisso de não desmatamento —afirmou Corrêa do Lago.
O diplomata afirmou que o objetivo do Brasil é atrair a atenção dos países em desenvolvimento, como os africanos, que necessitam de alternativas baratas para adesão ao Protocolo de Quioto – que determina que até 2012 seus signatários reduzam as emissões combinadas a níveis 5% abaixo dos índices de 1990.
No último dia 30, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que as negociações em Copenhague podem não avançar tanto como se esperava.
— Eu sempre trabalho com a hipótese de que nas negociações nós deveríamos chegar a alguns números, que não seja tudo o que algum individualmente quer, mas que seja possível construir. É assim que nós negociamos e fazemos política, e vamos continuar trabalhando — disse.
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