| 29/11/2009 17h16min
Ainda não está claro qual será o papel do Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP -15), avalia o pesquisador do Centro Nacional de Referência em Biomassa, José Roberto Moreira.
– É difícil, antes da ocorrência do evento, você dizer se a situação do Brasil é confortável, se ele vai ter uma atuação de liderança – disse em entrevista à Agência Brasil.
Para o pesquisador, as posições apresentadas pelos governos até o momento são parciais e somente se saberá quem está à frente das discussões quando começarem as negociações.
Ele ressaltou que como a posição brasileira, até o momento, está baseada em compromissos voluntários, um outro país que apresente metas compulsórias poderá ter mais “prestígio”.
– Pode ser até que a União Europeia tenha uma proposta mais exuberante – considerou.
Na opinião do coordenador do Programa de Mudanças Climáticas e Energia da WWF, Carlos Rittl, o Brasil chegará a Copenhague em uma posição confortável para cobrar compromissos dos países mais ricos.
– O Brasil chega em uma posição boa para cobrar dos países desenvolvidos sobre a sua responsabilidade – afirmou.
Rittl destacou que o anúncio das metas brasileiras foi importante para que outros países, como a China e os Estados Unidos, adotassem compromissos semelhantes nos últimos dias.
– Acho que o fato do Brasil apresentar seus números ajudou a trazer um ânimo diferente para o processo internacional.
Aguardar o posicionamento das outras nações tem sido, segundo Rittel, uma regra desde o encontro preparatório para a conferência ocorrido na Espanha no início do mês.
– A gente saiu de Barcelona, na última rodada de negociações da Convenção do Clima, com muita incerteza. Vários países adotando uma posição de espera, aguardando o movimento de outros países para então apresentar suas propostas. Aquela corrida que parece que o último será o vencedor, mas que infelizmente perdem todos.
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