| 01/12/2009 10h58min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou hoje que o governo brasileiro não reconhece as eleições do último domingo em Honduras nem o chefe de Estado eleito, Porfirio Lobo, com quem não pretende ter nenhum tipo de contato.
– Não, não, não e, definitivamente, não – declarou Lula em relação a um possível reconhecimento do pleito hondurenho.
Lula, que participou da 19ª Cúpula Ibero-Americana, em Estoril, e hoje viajou para a Ucrânia, acrescentou que, como não reconhece as eleições, também não pode reconhecer o presidente surgido delas.
– Ele é um cidadão que tem o direito de fazer as gestões que achar que deve fazer – afirmou sobre a intenção de Lobo, que disse que pretende entrar em contato com Lula ou com funcionários do governo do Brasil.
– Eu não posso decidir agora por algo que pode acontecer no mês que vem ou dentro de dois, três ou quatro meses – afirmou Lula, segundo quem "coisas novas" na situação política
hondurenha serão analisadas à medida que surgirem.
– Mas, por enquanto, a posição brasileira é não aceitar o processo eleitoral – ressaltou.
Sobre as diferenças surgidas na comunidade ibero-americana em torno do reconhecimento ou não das eleições, Lula afirmou que "os países não têm por que ter uma posição conjunta" nem se "prepararam para isso".
A cúpula "não foi convocada para debater Honduras" e, se tivesse, "não teria vindo", declarou Lula. Ainda de acordo com o presidente brasileiro, a posição de cada um dos líderes ibero-americanos sobre as eleições em Honduras não mudou e cada um "sairá de Estoril como chegou".
Perguntado sobre as declarações do presidente da Costa Rica, Óscar Arias, que criticou os dois pesos e as duas medidas de países que, como o Brasil, reconheceram as eleições no Irã e não as realizadas em Honduras, Lula afirmou que "são coisas totalmente diferentes".
"O presidente do Irã disputou as eleições e teve 62% dos votos", e, embora a oposição
tenha posto o pleito em xeque, "a Constituição do país não
foi violada", disse o chefe de Estado.
No caso de Honduras, "houve um golpe repudiado por todos os países do mundo e pela Organização dos Estados Americanos (OEA)", por isso que, "por uma questão de princípios e bom senso, não se pode aceitar esse vandalismo político na América Latina", acrescentou Lula.
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