| 25/11/2009 10h50min
Se no início do mês era a falta de chuva que tirava o sono dos arrozeiros da Fronteira Oeste, os 380 milímetros que caíram só em Uruguaiana desde o começo do mês são responsáveis pelo atual tormento. Pelo menos 15% das lavouras da região estão embaixo d’água. Na Campanha, estima-se que 44 mil hectares da área plantada estejam alagados. Dom Pedrito é o município mais atingido.
De acordo com o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), foram semeados até o momento 70% ou 731 mil hectares no Estado. Desses, 12% estão em situação de alagamento, ou 88 mil hectares. A intenção de plantio para este ano é de 1,056 milhão de hectares. A estimativa do Irga é de que pelo menos 30 mil hectares terão de ser semeados novamente. O presidente do instituto, Maurício Fischer, já fala em queda na safra 2010.
– Projetamos uma redução de aproximadamente 800 mil toneladas, o que representa 10% a menos do que a safra anterior (de 8 milhões de toneladas).
O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros (Federarroz), Renato Rocha, também confirma a previsão de redução na safra. Alfredo Martini, produtor em Uruguaiana, está com mil dos 3 mil hectares plantados embaixo d’água. Pelo menos 600 hectares terão de ser replantados.
– Não sei se vai valer a pena. Como é fora do período ideal, a produtividade cai muito. Não calculei ainda os prejuízos, mas em um ano onde a comercialização do grão foi abaixo do preço de custo, as consequências podem ser desastrosas – aponta.
A expectativa do Irga é de que até meados de dezembro os produtores possam realizar os 30% restantes da semeadura. Levantamento da Emater aponta que esse atraso também adia a aplicação de herbicidas e da ureia, o que afeta ainda mais a produtividade.
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