Os investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no agronegócio totalizaram R$ 16,9 bilhões até outubro e deve chegar a R$ 18 bilhões. O valor foi de R$ 16 bilhões em 2008 e de R$ 11,2 bilhões em 2007. Os números foram repassados pelo presidente da instituição, Luciano Coutinho, durante o 11º Congresso de Agribusiness, organizado pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).

— Temos desafios que são prioridades do BNDES. O objetivo é dar mais suporte do banco ao setor. Também temos como meta reduzir as taxas de juros, assim como ocorreu com o Moderfrota, que trabalha com juro de 4,5% ao ano — frisou Coutinho.

Durante o encontro, representantes do setor rural voltaram a manifestar preocupação com o dólar baixo. Coutinho destacou que o agronegócio também foi afetado pela crise e teve de receber apoio. Mas descartou, pelo menos por enquanto, a prorrogação de medidas de incentivo. O Finame Agrícola, por exemplo, que permite a compra de máquinas e equipamentos com juros de 4,5% ao ano vai até 31 de dezembro, como previsto.

O presidente do BNDES disse também que o governo está preocupado com o dólar. Porém, ele ressaltou que, se forem adotadas novas medidas contra a queda da moeda americana, elas vão ser anunciadas pelo Ministério da Fazenda.

Entre as iniciativas da entidade junto ao setor, o presidente destacou o apoio constante ao setor sucroalcooleiro, os programas especiais de crédito e o diálogo sempre aberto com os setores, consolidando compromissos e construindo formas de garantir a sustentabilidade.

— O BNDES tem o compromisso com a sustentabilidade, a inovação e a transparência. O agronegócio brasileiro é um pilar essencial para sustentar a economia do país — disse Coutinho, lembrando que até o momento o setor responde, em 2009, por 26,5% do PIB.

O economista destacou ainda o resultado das exportações. Em 2007, a receita com as vendas ao exterior foi de US$ 58,4 bilhões. Em 2008, pulou para R$ 78 bilhões. Com a queda nos preços internacionais, as exportações em 2009 (entre outubro do ano passado e o mês passado) recuaram para US$ 65 bilhões.

— O saldo comercial da agricultura garantiu reservas e, por isso, merece a atenção do governo e do BNDES — justifica Coutinho.

O presidente lembrou também que o agronegócio deve estar preparado para enfrentar os desafios, como as consequências das mudanças climáticas e as crescentes barreiras ambientais e sanitárias.

— Ao mesmo tempo em que são dificuldades, estes desafios abrem oportunidades — alertou.