| 16/11/2009 18h37min
Não existe no Brasil um levantamento completo sobre a situação das escolas e do aprendizado no meio rural. A falta de informações levou a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) a elaborar um estudo sobre a educação no campo. O trabalho começou nesta segunda, dia 16.
As primeiras ações sobre o assunto ocorreram em um auditório em São Paulo (SP). Equipes da CNA e do Ibope e profissionais da educação traçaram as diretrizes da pesquisa, que promete fazer um raio X da educação no campo. O levantamento vai ser feito em 10 Estados do Brasil e irá envolver 50 municípios e pesquisar a situação de 100 escolas rurais.
— Se nós temos problemas na educação urbana em termos de testes, de qualificação, de avaliação, vocês fazem uma idéia no campo, onde sequer a Prova Brasil foi aplicada. Nós não temos nenhum instrumento, nenhuma medida pra saber como estão indo o conteúdo e os alunos da zona rural — explicou a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu (DEM-TO).
Para que o trabalho tenha resultados, é preciso saber que condições vivem e estudam os alunos no campo, já que muitos abandonam a escola, e também qual a qualificação dos professores. Pela experiência de Carlos Eduardo Sanches, presidente da Undime, associação que trabalha com educação nos municípios em todo o país, o problema é maior nas regiões Norte e Nordeste.
— Hoje nós temos três grandes problemas pra estruturar melhor a educação em nosso país. O primeiro é e formação dos nossos professores. Precisamos formar melhor os nossos professores e garantir a muitos deles a formação inicial para poderem atuar no magistério. O segundo é a questão do acesso. Enfrentamos em todo o Brasil uma dificuldade muito grande para garantir o acesso das crianças e adolescentes para a escola. A outra questão é a estrutura física das nossas escolas — explicou Sanches.
Muito se produziu na agricultura brasileira nos últimos tempos, tanto que o país é considerado o celeiro, a fazenda do mundo. Neste mesmo segmento existem lacunas graves ainda que envolvem saúde, questões sociais e educação. É com a defesa de que os problemas precisam ser resolvidos como um todo que começa este estudo. Por isso, em uma segunda etapa, este trabalho vai depender sobretudo de parcerias.
— Chegar ao campo com políticas públicas custa mais caro e é difícil encontrar os parceiros corretos para que ela possa chegar. Então, é necessária uma vontade política muito grande pra fazer acontecer o que acontece na cidade também na zona rural — defendeu a presidente da CNA.
A pesquisa, que vai ser feita pelo Ibope vai ouvir 500 alunos de 15 a 24 anos, pelo menos 100 diretores de escolas e 300 professores. O trabalho deve levar de 90 a 120 dias pra ser concluído. De acordo com o organizadores, o resultado não deve ser nada animador.
— Os índices que nós vamos verificar através deste estudo, não por desejo, mas não apenas por impressão, pela convivência , deixarão o Brasil indignado — concluiu Kátia Abreu.
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