| 11/11/2009 19h34min
Empresários voltaram a cobrar um posicionamento mais forte do governo nas discussões mundiais sobre o clima. Eles reconhecem que o Brasil tem problemas relacionados à sustentabilidade ambiental, mas acreditam que o potencial do país é suficiente para se tornar líder internacional no assunto.
Representantes de empresas, universidades e especialistas participaram de um fórum sobre sustentabilidade nesta quarta, dia 11, em São Paulo. A ideia era discutir as oportunidades que a Conferência sobre o Clima, de Copenhague pode trazer para o Brasil. Porém, as críticas ao governo dominaram o debate.
Na opinião dos empresários, o país tem bons exemplos de sustentabilidade, como a matriz energética limpa. Entretanto, não usa isso para liderar as discussões sobre mudanças climáticas. O motivo é o que eles definem como complexo de inferioridade.
O presidente da União das Indústrias de Cana-de-açúcar (Unica), Marcos Jank, lembra que o Brasil precisa resolver a questão do desmatamento, mas diz que isso não justifica o que ele chama de timidez do governo.
O secretário do Meio Ambiente de São Paulo, Xico Graziano, afirma que, mesmo não sendo obrigado, o Brasil deveria apresentar metas de redução de emissões em Copenhague.
Cobranças como essas são cada vez mais constantes e partem também de empresários. As empresas têm se mostrado mais preocupadas com as questões ambientais a cada ano.
Uma pesquisa da revista Exame que vai ser lançada essa semana mostra que entre 2008 e 2009, subiu de 63% para 80% o número de empresas que adotam critérios ambientais em todas as etapas do processo de produção. Porém, será que se a sustentabilidade não fosse uma oportunidade de negócio, os empresários continuariam investindo nisso, só por uma questão de consciência?
O presidente da Suzano Papel e Celulose garante que a empresa já pensava em sustentabilidade antes de a discussão sobre o tema ganhar força. O diretor de Sustentabilidade da Natura, Marcos Vaz, que produz cosméticos usando matéria-prima da Amazônia, afirma que não dá para separar a questão econômica da ambiental.
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