| 29/10/2009 21h19min
Produtores de algodão aprovaram a decisão do Brasil de retaliar os Estados Unidos por causa dos subsídios à exportação da fibra. O anúncio foi feito nesta quarta, dia 28, pela Câmara de Comércio Exterior (Camex). Um grupo de trabalho foi criado para cuidar do assunto. Especialistas no assunto concordam que é a melhor medida para provocar uma mudança na política americana de subsídios.
A disputa entre Brasil e Estados Unidos durou sete anos até que a Organização Mundial do Comércio (OMC) autorizou a retaliação. Nos cálculos do governo brasileiro, o valor pode chegar a US$ 800 milhões. Na semana que vem, deve ser colocada em consulta pública uma lista de produtos em que a retaliação deve ser aplicada.
A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) apóia a medida. A direção da entidade reconhece que, em um primeiro momento, o setor pode não ser diretamente beneficiado. Porém, avalia que, se houver uma reação, os Estados Unidos vão se ver forçados a mudar a política de subsídios e isso pode trazer benefícios.
O ex-embaixador em Washington Rubens Barbosa acompanhou parte do processo iniciado pelo Brasil. Hoje presidente do Conselho de Comércio Exterior da Federação das Indústrias de São Paulo, ele afirma que o governo não tem outra alternativa a não ser retaliar os americanos.
— Depois de sete anos desse exame pela OMC com resultado positivo em várias instâncias e autorizando a retaliação, o governo não tem alternativa e a retaliação deve ser feita. Eu acho que não prejudica a relação com os Estados Unidos, porque não estamos fazendo nada que não seja cumprir uma decisão tomada pelo mecanismo de solução de controvérsias da OMC — avaliou Rubens Barbosa.
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