| 28/09/2009 10h24min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou a última reunião do G-20, na última semana, uma "consagração" de que este deve ser o fórum para discutir a crise econômica mundial, em substituição ao G-8.
No programa semanal Café com o Presidente, ele ressaltou a importância de o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ser favorável a que os 20 países mais ricos do mundo, e não apenas os oito primeiros, decidam juntos o que fazer sobre a crise financeira internacional.
— Aquilo que a gente dizia no primeiro encontro, em Washington, no ano passado, foi consagrado agora, com a posição do presidente Obama, de que o G-20 deve ser o fórum para discutir a questão econômica mundial. É o G-20 na prática substituindo o G-8. Essa foi a primeira grande conquista — avaliou o presidente.
A segunda conquista do encontro que ocorreu em Pittsburgh, nos Estados Unidos, segundo Lula, foi o aumento do número de países emergentes no Fundo
Monetário Internacional (FMI). O Brasil, junto com
outras nações em desenvolvimento, queriam que sete emergentes entrassem no fundo. No fim, o acordo firmado com os líderes mundiais permitiu que cinco países fossem incluídos.
— Qualquer negociador sabe que quem reivindica sete e conquista cinco, é uma vitória extraordinária.
O presidente também falou sobre o aumento da participação dos emergentes no Banco Mundial. A proposta deles, incluindo o Brasil, era de que a participação fosse de 6%.
— Na véspera do encontro, o Obama disse que não era possível negociar o Banco Mundial, que não tinha tido acordo. E o que aconteceu no dia seguinte é que de manhã nós conseguimos fazer com que aumentasse a participação dos emergentes em 3% nas cotas do Banco Mundial.
Para Lula, esses três pontos mostram que "não há dono da verdade" no mundo, e que agora, mais países sentam juntos para negociar e discutir os problemas comuns
Presidente reafirma necessidade de
nova ordem econômica
Luiz Inácio Lula da Silva
reafirmou que é preciso uma nova ordem econômica mundial, com transferência de tecnologia para os países pobres e combate à miséria com a ajuda dos países ricos.
Na semana passada, ele esteve em Isla Margarita, na Venezuela, onde participou da cúpula dos países da América do Sul e África.
— Acho que essa união é uma coisa extremamente rica para a mudança da geografia comercial e para a mudança da geografia política — afirmou Lula.
Ele disse ainda que participar da cúpula logo após o encontro do G20, nos Estados Unidos, foi “uma lição de vida”, porque mostrou a diferença dos discursos dos países ricos e dos pobres. O presidente acrescentou que está sendo instituída nova lógica mundial.
— Nós somos a maioria dos países do mundo. Portanto, nós temos que utilizar essa força nas decisões da governança global — afirmou Lula, referindo-se à América do Sul e à África.
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