| 03/09/2009 10h25min
A Brasil Ecodiesel, uma das primeiras empresas no país a produzir biodiesel, prevê aumento na demanda pelo produto no terceiro trimestre deste ano. Com isso, a companhia pretende aproveitar mais a capacidade de suas indústrias. O governo já estuda a possibilidade de antecipação do aumento da mistura do biocombustível ao óleo diesel comum. O uso do B5, a adição de 5% de biodiesel estava previsto para 2013, mas pode ser adotado já no ano que vem. A expectativa anima o setor, que por enquanto aposta apenas no mercado interno. O assunto é tema de um congresso internacional que termina nesta quinta, dia 3, em São Paulo.
A compra do governo através dos leilões está garantindo a manutenção do mercado de biodiesel. O presidente da Brasil Ecodiesel, Mauro Cerchiari, atribui a este mercado o crescimento do setor.
– O mercado de biodiesel é um mercado que tem uma íntima ligação no mercado como um todo. O que tem ajudado o mercado de biodiesel é que agora, a partir do terceiro trimestre, o governo aumentou o volume de biodiesel adicionado ao diesel. Era o famoso B4. Isso faz com que a demanda por biodiesel nos leilões da ANP (Agência Nacional de Petróleo) cresça, e com isso melhore um pouco a utilização das capacidades da indústria – explicou.
A capacidade excessiva de produção preocupa o setor. Nem mesmo a antecipação do uso de B5, que prevê a utilização de 5% do biodiesel ao diesel comum, de 2013 para 2010, garante a vazão necessária como quer a indústria. Ainda mais com as expectativas de investimentos que vem pela frente.
Segundo a ANP, 12 novas plantas de biodiesel estão com pedidos de autorização para operação em aberto. Um levantamento sobre a situação das usinas brasileiras feito recentemente mostra que existem 16 usinas em construção e 19 em estágio de planejamento. Hoje, cerca de 800 milhões de litros de biodiesel são despejados no mercado por ano.
O Programa Nacional de Biodiesel, lançado pelo governo em 2004 previa também o uso de outras fontes de produção de matéria prima, além da soja. Ainda assim, hoje é a soja que responde por 80% do biodiesel produzido no Brasil. O que não chega a ser um problema, segundo os especialistas. A questão agora é encontrar alternativas no mercado para utilização do produto.
– Eu acredito que o mais saudável seria buscar nichos de mercado onde a gente consiga atender o percentual de mistura localizadamente a alguns mercados específicos.Talvez este seja o primeiro passo do grande passo de ter uma substituição maior a nível global de biodiesel pelo diesel – disse Ricardo Dornelles, do Ministério de Minas e Energia.
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