| 27/08/2009 19h11min
Muitas vezes, os produtores rurais são apontados como os vilões das emissões de carbono que provocam o efeito estufa. Uma audiência pública, nesta quinta, dia 27, na Comissão de Agricultura da Câmara, debateu o tema e mostrou que a atividade agrícola ao contrário pode contribuir para a redução do aquecimento global.
O plantio direto, uma invenção genuinamente brasileira, e até mesmo a braquiária, que sequestra até 200 toneladas de carbono por hectare, contribuem para a redução do aumento da temperatura do planeta. A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) diz que os produtores rurais não podem ser considerados os vilões do meio ambiente.
— Hoje o que a gente está sofrendo é um processo de criminalização muito grande como se o agricultor fosse responsável por isso sozinho. E a gente sabe que até mesmo só é financiado aquilo que eles [os bancos] acham que tem interesse do mercado, e não a sustentabilidade. Um ponto recorrente das discussões é a possibilidade de remunerar os produtores rurais que preservarem a floresta, mas o Projeto de Lei do governo encaminhado para análise, aqui, aqui do Congresso Nacional prevê, no entanto, o pagamento apenas às pequenas propriedades de até quatro módulos fiscais. As grandes áreas, onde estão as maiores concentrações de floresta ficaram de fora — explicou a vice-presidente de Relações Internacionais da Contag, Alessandra Lunas.
O deputado federal Abelardo Lupion (DEM-PR) é contra a diferenciação entre os produtores e diz que vai apresentar uma emenda à proposta do governo.
— Nós vamos emendar, obviamente, nós não aceitamos essa divisão. Nós achamos que não podemos, sob hipótese alguma, admitir nos dividir. Enquanto estivermos unidos, nós somos fortes. O dia que estivermos desunidos, nós vamos ser massa de manobra — disse o deputado.
Para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a ajuda financeira aos produtores que contribuírem para a redução dos gases do efeito estufa não será significativa.
— O pagamento de serviços ambientais é um plus que pode ajudar numa certificação, até um preço diferenciado no futuro por ele ter uma determinada certificação. Ele ajuda a não fechar as portas daquele produtor ao mercado externo evitando barreiras comerciais não-tarifárias — finalizou o assessor técnico da CNA, Rodrigo Britto.
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