| 25/08/2009 08h56min
Um estudo feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) demonstra cautela sobre a retomada das exportações do agronegócio brasileiro. De acordo com os pesquisadores, os embarques de produtos para o Exterior devem mostrar recuperação neste segundo semestre, mas podem ser limitados no curto e no longo prazo. A queda do dólar é um dos fatores que tem deixado as exportações menos atrativas.
Apesar das projeções positivas, o Cepea chama a atenção para dois fatores que poderiam comprometer o crescimento das exportações. Um deles, seria a recomposição dos estoques mundiais por causa dos programas de estímulo à economia aplicados no auge da crise. Com isso, o desempenho das exportações poderia diminuir nos próximos meses depois que os países refizerem os estoques. A longo prazo, essa retomada também pode ser afetada caso os governos decidam por exemplo aumentar os juros, para evitar a inflação.
Os indicadores do Cepea mostram uma queda de 12% dos preços de exportação dos produtos do agronegócio em dólares no seis primeiros meses deste ano em relação a 2008. Já o volume embarcado cresceu 5,6% e compensou uma retração maior do faturamento em dólar que caiu 7,28% de janeiro a junho de 2009 em comparação com o mesmo período de 2008.
Os pesquisadores avaliam também se está atrativo ou não exportar. Esta análise leva em conta a taxa de câmbio, os preços em reais e os preços em dólar. A partir disso, eles calculam o índice de atratividade nas exportações do agronegócio que caiu 2,5% no semestre.
Os produtos que mais registraram recuo da atratividade acima de 16%, foram óleo de soja, álcool, papel e celulose e carne suína. Ao contrário desses produtos, o indicador do açúcar subiu 24,28%, do farelo de soja teve alta de 13,39% e de madeira e mobiliário cresceram 6,44%. A atratividade da exportação de soja em grãos teve pequeno aumento de 1% na comparação do primeiro semestre de 2009 com igual período de 2008.
Em relação ao comportamento regional, Sudeste, Sul e Centro-Oeste sofreram queda nos preços, enquanto as regiões Norte e Nordeste registraram alta.
Em volume, as regiões Sul e Sudeste também foram desfavorecidas, registrando diminuição nos embarques dos principais produtos agropecuários que exportam. A região Norte também exportou menos em volume, enquanto Nordeste e Centro-Oeste registraram aumento.
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