| 21/08/2009 08h25min
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta sexta, dia 20, que a queda na arrecadação é “natural”. De acordo com o ministro, ela é resultado da diminuição do Produto Interno Bruto (PIB) e não está gerando grandes preocupações no governo.
— No ano passado, por exemplo, a arrecadação cresceu quase 20%, foi uma beleza. Mas, quando há uma queda do PIB, como esta, e também desonerações, porque já fizemos R$ 15 bilhões de desonerações, é natural que a arrecadação caia. Eu não me preocupo muito com isso porque eu sei que, assim que a economia retomar as atividades, a arrecadação vai voltar [a subir] — disse.
De acordo com o ministro, com a retomada de crescimento da economia brasileira, a previsão é de que haja uma recuperação da arrecadação até o fim deste ano.
— No ano que vem será normal, porque trabalhamos com uma previsão de crescimento de 4,5 a 5% — afirmou.
Mantega acredita que os próximos trimestres sejam positivos para a economia brasileira, com crescimento entre 1,6 a 1,7% no segundo trimestre em relação ao primeiro.
— O último trimestre do ano será o melhor, teremos [um crescimento de] 3% ou 4% — disse.
Sobre a possibilidade de criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS) - uma espécie de nova CPMF, com cobrança de 0,1% para beneficiar o sistema nacionalde de saúde - o ministro disse que não se manifestaria sobre o assunto porque esta é uma iniciativa do Congresso Nacional.
— Temos um dilema importante: por um lado a saúde, que precisa de mais recursos para poder dar um atendimento melhor à população brasileira e enfrentar situações como essa em que temos a [influenza A (H1N1) - gripe suína] e, por outro lado, temos um momento de crise econômica em que estou reduzindo os tributos e fazendo desonerações. É um dilema difícil, eu entendo: a saúde precisa, e precisamos manter a desoneração. Parece-me que a proposta que estão fazendo é de uma alíquota pequena, que não vai pesar muito no bolso do
consumidor — disse o ministro, em São
Paulo.
Durante o evento, o ministro também previu que o Brasil deverá terminar o ano com um deficit nominal entre 2,1% e 2,2%, o que considerou “bastante razoável”.
— Nas projeções de mercado, nos próximos três ou quatro anos nós vamos zerar esse déficit — afirmou.
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