| 29/07/2009 18h37min
O resultado das contas do Governo Central (formado pela União, pela Previdência Social e pelo Banco Central), que voltaram a fechar no vermelho, foi justificado nesta quarta, dia 29, pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, como consequência das medidas de combate à crise econômica adotadas no país.
Também nesta quarta, o Banco Central anunciou que o superávit primário de todo o setor público chegou a R$ 3,376 bilhões em junho, caindo 70% em relação ao ano passado. É o pior resultado para o mês desde 2003.
Segundo Mantega, para que o governo obtivesse esse resultados e ainda superasse as turbulências, foi necessário adotar políticas anticíclicas, que levaram à redução de impostos nos setores automotivo, da linha branca e da construção civil.
Essas medidas, como explicou o ministro, terminaram aumentando os gastos tanto no nível de investimento quanto com a transferência de renda.
— O resultado foi eficiente, mais eficiente do que o de outros países que procuraram fazer a mesma coisa. Eu diria que, para comparar com outros países, somente a China conseguiu um resultado semelhante ao nosso do ponto de vista da reação à crise em função de medidas que foram tomadas — afirmou.
O ministro garantiu que não existe risco de o governo deixar de cumprir a meta fiscal de 2009 e a de 2010. Ele lembrou, porém, que, diante das medidas adotadas, o governo já havia informado que teria que reduzir a meta de primário para 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) em 2009.
Segundo ele, a recomendação no governo é conter gastos. A meta para o fechamento das contas públicas deste ano e de 2010 foi revista para baixo, por causa das medidas tomadas pelo governo para minimizar os efeitos da crise econômica. Porém, o ministro da Fazenda acredita em uma retomada na arrecadação.
— Os dados anunciados hoje [esta quarta] e ontem confirmam as metas que foram estabelecidas. É claro que, no primeiro semestre deste ano, o nível de atividade caiu e a nossa arrecadação caiu também — ressaltou Mantega.
Ele reafirmou ainda que houve queda na arrecadação por causa da queda do nível de atividade com a crise. O ministro destacou ainda que, para alguns analistas, no Brasil, a crise já passou.
— Apesar disso, o governo continuará adotando medidas de estímulo à economia. E uma parte dessas medidas foi responsável pela queda do superávit primário — disse.
Mantega afirmou que já é possível considerar que o Brasil está deixando para trás a crise econômica mundial. Neste semestre, o país já apresenta taxa de crescimento positivo em torno de 4%, ressaltou o ministro, ao lembrar que o Brasil foi um dos últimos a entrar na crise e está sendo um dos primeiros a sair.
— Podemos ver que alguns países estão com taxas negativas e nós já trilhamos um resultado positivo. Nos próximos 12 meses, deveremos ter crescimento do PIB em torno de 4%. Isso significa que o Brasil sairá mais forte da crise do que entrou nela, inclusive aproveitando janelas de oportunidade que tem se aberto para o Brasil nesse período — completou Guido Mantega.
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