| 04/08/2009 14h23min
Quando pequena, a buva parece apenas mais uma plantinha na lavoura. Porém, ela pode crescer muito e se transformar em um arbusto de raízes fortes, como viu o produtor Maurinho Ribeiro Rosseto, em dezembro de 2007, em Toledo, oeste do Paraná. A planta desenvolve cada vez mais resistência aos produtos químicos, inclusive ao glifosato.
O aumento do custo para controle do problema e um índice maior de umidade e impurezas, na hora da colheita, são as principais consequências da infestação. Uma pesquisa da Embrapa Soja na região aponta algumas saídas. O agricultor pode colher o milho e já aplicar uma mistura de glifosato com alaia. Com três dias de aplicação, a plantinha começa a amarelar. Em uma área onde foi feito o teste, apenas com 15 dias é possível perceber a morte da buva. Além disso, é preciso fazer a aplicação enquanto a planta está bem e seguir as orientações corretas de aplicação.
— Nas áreas onde o produtor tem condições de aplicar o produto à base de nicossulfurão, conhecido como alaia, ele é um produto eficiente, de baixo custo, porém tem que ser observada a questão da carência. Esse produto exige que seja aplicado no mínimo 60 dias antes do plantio — explica o agrônomo José Carlos Braciforte.
O produtor de Toledo diz que a próxima safra vai custar de R$ 40 a R$ 50 a mais o hectare porque ele tem que fazer mais aplicações agora, na entressafra, para controlar ervas daninhas, especialmente a buva. Mesmo assim, diz que ainda vai apostar na soja transgênica.
Rosseto está adotando a rotação de culturas. Nesta área, o nabo forrageiro faz uma cobertura que dificulta a passagem da luz para o solo e reduz a incidência da buva e de outras ervas daninhas.
Para controlar a buva e outros problemas tanto de lavouras convencionais como transgênicas, é fundamental fazer o manejo adequado também no período da entressafra. Os pesquisadores alertam para o perigo de áreas que ficam sem plantio. A rotação de culturas, como o nabo forrageiro,
neste caso, ajudam a proteger e
preparar o solo para a cultura principal. Esta é uma prática que o produtor tem que transformar em rotina.
— O que ele tem que fazer é uma integração de métodos de controle. Nós não temos muitas alternativas, mas eu diria ele usar uma cultura tipo trigo, porque o milho safrinha complica a situação, ou aveia, ou seja, coberturas, culturas que possam produzir palha, isso é importante que possa usar no trigo também que daí você usa um outro produto com mecanismo de ação diferenciado, ocupar o terreno o maior tempo possível, coisas desse tipo associado com produtos químicos. O que nós não podemos fazer e não tem sustentação é querer apenas basear em produto químico. Pode ter num primeiro instante, de uma forma muito mais cara, mas não dura — diz o pesquisador da Embrapa Soja, Dionísio Gazziero.
O produtor Maurinho Rosseto também está experimentando a brachiária para controlar a buva. Além de impedir a passagem da luz, este tipo de capim tem raízes que se espalham e ajudam a descompactar o solo. O importante é não descuidar na entressafra para evitar problemas.
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