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 | 14/07/2009 14h16min

Relatório do Worldwatch Institute apoia fim de tarifas sobre o etanol brasileiro

Medida poderia reduzir pressão sobre terras agricultáveis dos EUA

A organização Wordwatch Institute divulgou em julho um novo relatório sobre biocombustíveis nos Estados Unidos, no qual recomenda o fim da tarifa de importacção aplicada ao etanol de cana-de-açúcar. 

– Há evidências de que expandir a oferta de etanol nos EUA para incluir mais etanol de cana do Brasil poderia reduzir a demanda sobre as terras agricultáveis americanas, minimizar os custos do milho e contribuir para melhoria climática – concluiu o documento.

Para a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA), este é mais um relatório que reconhece e ressalta as diferenças entre os biocombustíveis.

– O documento deixa claro que o etanol da cana-de-açúcar, ao contrário do de milho, cumpre seu papel de contribuir de maneira sustentável para a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa – afirmou Joel Velasco, representante-chefe da UNICA na América do Norte. 
   
O relatório, cujo título em inglês é "Red, White and Green: Transforming U.S. Biofuels", faz uma análise detalhada do setor de biocombustíveis americano, cujo foco é o impacto ambiental da produção dos combustíveis renováveis. O trabalho critica a atual produção de etanol de milho nos EUA, ao afirmar que os benefícios de um combustível com menor emissão de gases de efeito estufa se perdem com o impacto ambiental
negativo de seu cultivo. 

– Fica claro que a atual indústria de biocombustíveis dos EUA, baseada principalmente no etanol de milho, está criando uma série de problemas ao mesmo tempo em que falha em cumprir seu objetivo de diminuir notadamente as reduções de gases de efeito estufa – conclui Joel.

Para o Worldwatch, os biocombustíveis americanos ainda dependem de quantidades significativas de combustíveis fósseis para serem produzidos, ao contrário do etanol brasileiro.

– O etanol de cana-de-açúcar permite uma grande cogeracão de energia, uma vez que as refinarias usam o bagaço como combustível – afirma o documento.

Apesar de ver com otimismo o desenvolvimento de etanol de segunda e terceira geração, a organização afirma que os EUA ainda tem muito trabalho pela frente no desenvolvimento de um biocombustível realmente sustentável.
   
Na semana passada, um relatório do governo americano chamou atenção para a necessidade de análise do uso de água nas lavouras de gramíneas a serem usadas para fazer etanol celulósico. O relatório do Government Accountability Office (GAO), afirma que pouco se sabe sobre variedades como switchgrass (Panicum Virgatum) que estão sendo promovidas como possível solução.

Criado em 1974 e sediado em Washington, o Worldwatch Institute é reconhecido mundialmente por sua independência na produção de pesquisas e análises baseadas em dados concretos sobre temas globais. A entidade tem como missão gerar e promover conhecimento que viabilize a tomada de decisões em busca de uma sociedade sustentável. Entre os principais focos dos estudos do Worldwatch Institute estão as mudanças climáticas, a degradação dos recursos naturais, o crescimento populacional e a pobreza.

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