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 | 01/07/2009 14h

Stephanes diz que produtor rural pagou um preço alto pelo plano real

Ministro afirmou que parte do endividamento agrícola vem da época de implantação da moeda

Atualizada às 15h38min

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou nesta quarta, dia 1º, que o real foi um grande avanço, mas que o produtor do campo pagou “um preço” com o plano.
Para ele, depois de tantos planos de combate à inflação, é indiscutível que as medidas adotadas foram bem feitas, bem conduzidas e administradas, mas a agricultura, considerada a “âncora verde da plano real”, foi obrigada a manter preços baixos para não pressionar a inflação.

A consequência, na opinião do ministro, foi que nos três anos seguintes à implantação do plano a produção diminuiu, numa época em que não havia um mercado de excedentes e grande parte da produção terminava sendo consumida internamente.
Stephanes afirmou que parte do endividamento agrícola vem daquela época, mesmo considerando os problemas climáticos.

— Os preços caíram muito e aí o agricultor, embora recebesse crédito abundante, não tinha como devolver esse crédito depois — afirmou o ministro.
Ele lembrou que, para rolar a dívida, o agricultor tomava novo empréstimo e se endivida mais.

Stephanes fez questão de deixar claro que o plano foi positivo, pois nos anos seguintes o fato de não haver inflação permitiu planejar ações, o que mudou o panorama, principalmente para “os pequenos” tanto assalariados quanto produtores agrícolas.

— Sabemos que quem pagava o preço pela inflação eram os assalariados, os que tinham menor poder de renda. Isso aconteceu também com a pequena agricultura, com aqueles que não tinham a menor condição de comercializar a produção e acabavam pagando um preço muito alto por causa da inflação — defendeu.

O ministro lembrou que nos anos seguintes ao lançamento do plano, a agricultura passou a ter desempenho cada vez melhor e o agronegócio se desenvolveu com velocidade e maior eficiência. Essa nova realidade permitiu mensurar melhor os custos de produção, os ganhos e a renda, o que era praticamente impossível durante o período de alta inflação.

Quando à valorização do real frente ao dólar, o ministro não credita apenas à força da moeda brasileira. Para ele, o real se mantém uma boa posição porque os fundamentos da economia estão bem e isso faz com que os investidores tenham mais confiança e vejam o Brasil como uma das grandes opções.

— Isso faz com que o dólar se deprecie em relação ao real [com mais dólares na economia]. Então, não é só o fato de o real ser uma moeda boa e forte — concluiu Stephanes.

AGÊNCIA BRASIL
 
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