| 01/07/2009 08h44min
A partir desta quarta, dia 1º, os postos de combustíveis de todo o Brasil terão que comercializar o óleo diesel mineral com a adição de 4% do diesel vegetal.
Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a nova mistura deverá gerar uma economia de aproximadamente US$ 900 milhões por ano devido à redução das importações de óleo diesel – derivado do qual o país ainda é dependente.
De acordo com estudo feito pela ANP, cada litro da nova mistura diminui em 3% a emissão de dióxido de carbono (CO²) na atmosfera, o que deve levar a uma redução anual de 1,2 milhão de toneladas nessas emissões, além de reduzir também a emissão de material particulado (reduzido a partículas).
A política de mistura do biodiesel ao diesel mineral começou em janeiro de 2007. Para atender ao mercado, a ANP realizou, desde 2005, 14 leilões de biodiesel. A agência é responsável por fiscalizar o cumprimento da mistura de duas formas: com a apresentação, pela Petrobras/Refap (únicas compradoras de biodiesel nos leilões da ANP), de documento que atesta a aquisição de biodiesel pelas distribuidoras de combustíveis e com a fiscalização nos postos revendedores.
— O que se fez com o biodiesel é dar uma oportunidade num mercado gigantesco que é o mercado de energia para a participação da agricultura familiar, como fornecedor de matéria-prima para que eles cresçam e se desenvolvam economicamente, possam ser até fornecedores de óleo, agregar valor a sua produção — diz o diretor de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Ricardo Dornelles.
— Falta política para esses produtores comerciais que tratem a matéria-prima como combustível, ou seja, que beneficie toda a cadeia, desde a matéria-prima até a produção do combustível — completa o assessor técnico da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil, José Ricardo Severo.
Dados da ANP indicam que, em 2008, a produção de biodiesel no país chegou a 1,16 bilhão de litros. O consumo estimado do produto no primeiro semestre deste ano, ainda com a mistura B3, é de 615 milhões de litros. Para o período de julho a dezembro, a previsão é de que a demanda, com a obrigatoriedade do B4, salte para 925 milhões de litros.
Já o consumo anual previsto com a obrigatoriedade do B4 saltará para 1,72 bilhão de litros, o que, na avaliação da ANP, implicará incremento de demanda de 33% em relação a 1,29 bilhão da mistura B3.
Na avaliação da agência reguladora, o biodiesel é considerado excelente "aditivo verde" para o óleo diesel, com baixos teores de enxofre, como o Diesel S50, utilizado nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza e Recife e nas frotas cativas de ônibus dos municípios de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Ainda segundo a ANP, a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira “é reconhecida internacionalmente como um caso de sucesso em matéria de uso de combustível renovável em larga escala”.
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