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 | 25/06/2009 05h10min

Racismo? O drama do Grêmio é não ter ataque

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br














Os desdobramentos da acusação de racismo feita por Elicarlos contra Maxi López  no Mineirão (acima, os dois em um lance do jogo) não podem desviar o Grêmio do que realmente importa para o jogo da volta, no Olímpico. Que este episódio, triste sob qualquer ângulo de análise, seja resolvido com serenidade para evitar violência em Porto Alegre — e aí perderíamos todos: clubes, torcedores dos dois lados, imprensa, todos.

O que o Grêmio precisa, isso sim, é identificar os erros cometidos ontem e tratar de resolvê-los. Do contrário, não reverte a derrota por 3 a 1 no Olímpico.

Nunca foi tão fácil encontrar explicações para uma derrota como esta do Grêmio para o Cruzeiro por 3 a 1. O problema não esteve nos três gols sofridos, que poderiam ser quatro ou cinco no segundo tempo. Houve a avenida deixada por Fábio Santos no lado esquerdo, onde Jonathan e Marquinhos Paraná passearam a noite inteira. Deu mandrake da zaga no terceiro gol, de cabeça. Tudo verdade.

Mas o resultado ruim, amenizado pelo gol da esperança marcado por Souza aos 34 minutos do segundo tempo, de falta, passou por um antigo e aparentemente insolúvel problema azul. Um defeito que tirou o título brasileiro do Grêmio no ano passado. E que acaba de complicar a luta por uma vaga na final da Libertadores, apesar de o jogo ser no Olímpico.

É impressionante a incompetência dos atacantes na hora decisiva. Ontem, foram três gols perdidos (dois por Alex Mineiro) de forma inexplicável antes do intervalo. E o técnico Paulo Autuori — que é um grande treinador, nunca é demais repetir — tem a sua parcela de culpa no que aconteceu ontem. 

Autuori não entra em campo. Não era ele quem estava sozinho na área, sem goleiro, aos 4 minutos, para errar bisonhamente após o cruzamento perfeito de Maxi López. Nem depois, na hora de cabecear sozinho nas mãos do goleiro. Mas é de Autuori, e de mais ninguém, a responsabilidade por escalar um atacante que estava há 125 dias — 126 desde ontem — sem marcar gol e jogando mal.

Alex Mineiro é um profissional exemplar, de currículo respeitável. Ninguém discute isso. Mas passa por má fase. Por isso perdeu os dois gols. É uma questão técnica. Herrera não é o atacante dos sonhos da torcida, mas toda vez que entra no segundo tempo — como ontem — produz mais.

No primeiro tempo, o Grêmio foi melhor do que o Cruzeiro. Criou as três chances claras e outras nem tanto assim. Como o chute de longa distância de Souza, obrigando o goleiro Fábio a fazer grande defesa no canto direito. O Cruzeiro, além do gol de Wellington Paulista, de cabeça, aos 37 do primeiro primeiro, construiu duas oportunidades. Ambas menos escancaradas do que as do Grêmio.

No segundo tempo o panorama do jogo mudou. Após tomar o segundo gol, de Wagner, logo a 4 minutos, outra vez em lance às costas de Fábio Santos, o Grêmio perdeu o controle da partida. E dos nervos. Passou a reclamar e errar passes. Sofreu o terceiro gol, de Fabinho, de cabeça. Escapou de levar mais. Pelo que seu viu no primeiro tempo, entretanto, o gol salvador de Souza recolocou a semifinal em termos mais justos.

De tudo o que aconteceu ontem restaram duas verdades. A primeira: Fabio Santos precisa de proteção. A segunda: os atacantes precisam converter ao menos alguma chance de gol. Do contrário, de nada adiantará o gol da esperança de Souza. 



Leia os textos anteriores da coluna No Ataque.

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