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 | 19/06/2009 18h07min

Embargo à carne do Pará é discutido na Feicorte

Deputados federais e pecuaristas elaboraram propostas para serem apresentadas em reunião com Ministério do Meio Ambiente

Atualizada às 22h18min Renata Maron | Brasília (DF)

O embargo à carne do Pará foi o principal assunto discutido na reunião da Comissão da Agricultura na Feicorte nesta sexta, dia 19. Deputados federais e pecuaristas elaboraram propostas para serem apresentadas em reunião com o Ministério do Meio Ambiente na próxima semana. Eles não concordam com a restrição que está sendo imposta.

Parlamentares falaram para uma platéia lotada de pecuaristas. O foco das discussões foi a suspensão da compra da carne dos frigoríficos do Pará pelas principais redes de supermercado. O Secretário de Agricultura de São Paulo, João Sampaio, disse que é inaceitável que todos os criadores do Estado sejam punidos.

— Existem produtores no Pará que quando desmataram fizeram dentro da mais absoluta lei, do respeito absoluto à lei. Então, não tem sentido nenhum o Ministério Público vir agora e dizer que todo mundo é ilegal — defendeu Sampaio.

O deputado federal Duarte Nogueira criticou a falta de precisão na denúncia.

— As empresas estão alegando que a ação civil pública que foi ajuizada depois das ações feitas pelo Ibama e não correspondem ao próprio site do Ibama, que deve apontar até para consulta das empresas em tempo real, quais propriedades ele deve comprar ou não carne. E as propriedades de que eles adquiriram as carnes não estavam entre as empresas que estavam sofrendo sanções do Ibama. Portanto, criou surpresa para o setor industrial — afirmou Nogueira.

O deputado federal Abelardo Lupion afirmou que a Comissão de Agricultura vai entrar com o pedido de investigação sobre a denúncia feita pelo Ministério Público do Pará e também que o Greenpeace vai ser denunciado na CPI das ONGs. Na próxima quarta, dia 24, quando a bancada ruralista se reúne com o Ministério do Meio Ambiente, um projeto elaborado pelos parlamentares vai ser apresentado. Os principais pontos são: o produtor que preservar a Amazônia deve receber por isso, as áreas consolidadas devem continuar com a atividade agropecuária e mudanças no código florestal são necessárias com a base científica da Embrapa.

— Nós associamos a Embrapa Monitoramento por Satélite, fizemos um levantamento do Brasil e estamos fazendo uma nova lei. Essa lei vai dar princípios da área federal e cada Estado vai ter que fazer o zoneamento econômico, ecológico, para que nós podemos cientificamente determinar, fazer um zoneamento e determinar o que precisa ser feito — explicou Lupion.

Enquanto isso, o pecuarista Maurício Fraga continua sem conseguir vender o gado. Ele diz que foi para o Estado do Pará em 1973, para produzir carne com financiamento dos bancos do Brasil e da Amazônia.

— Quando eu fui para lá, nós éramos tidos como heróis. Agora somos tidos como bandidos. Eu estou impedido de vender meus bois hoje, não porque haja um processo contra mim, mas porque os frigoríficos deixam de comprar porque não podem vender para o supermercado, porque o supermercado não compra a carne deles. Então existe uma ação irresponsável do Ministério Público Federal movendo essas ações indistintamente, prejudicando toda uma cadeia produtiva — disse Fraga.

A polêmica envolvendo pecuária e desmatamento na Amazônia também foi discutida durante o Fórum Canal Rural, realizado nesta sexta, na Feicorte. O evento reuniu autoridades do agronegócio brasileiro.

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