| 28/05/2009 18h24min
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que previa para 2010 um crescimento econômico de 4,5%, agora trabalha com a hipótese de uma expansão de "3% ou 4%" no próximo ano.
No Senado, o ministro também admitiu que, durante o primeiro trimestre deste ano, a economia teve "um crescimento negativo" por uma "forte queda da atividade", mas não quis fazer projeções e preferiu esperar os dados oficiais consolidados, que serão divulgados em 9 de junho.
O resultado significaria que o Brasil teria entrado em uma recessão técnica, pois, no quarto trimestre de 2008, a economia brasileira já registrou contração de 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB).
— Que me desculpem os economistas, mas esse conceito de recessão técnica pode ser adotado ou não — disse o ministro, que assegurou que esse dado "não diz nada sobre o que acontece com a economia agora ou no próximo trimestre", no qual garantiu que começará a haver sinais de recuperação.
Mantega
manteve o discurso otimista do governo e assegurou
que, apesar das atuais dificuldades, o Brasil "foi o último país" a ser afetado pelo impacto da crise financeira internacional, assim como reiterou que "será um dos primeiros a superá-la".
O ministro defendeu ainda que "a crise serviu ao Brasil como uma prova", e afirmou que "será superada", pois a economia nacional "já está em processo de recuperação".
Além disso, garantiu que "o país tem solidez macroeconômica" e que isso permite "fazer uma política contra a crise, que significa cortar juros em vez de aumentá-los e elevar a oferta de crédito, em vez de cortá-la".
De acordo com o ministro, a confiança dos investidores estrangeiros se manteve e isso se deve em parte à valorização do real frente ao dólar e ao elevado ritmo de negócios na Bolsa de Valores de São Paulo, que, desde janeiro, acumula lucro próximo aos 40%.
Em relação a este ano, Mantega evitou fazer projeções, pois considerou "muito difícil", pois ainda existe muita
instabilidade na economia internacional.
Para ele, 2009 será um ano de "forte recessão" nas economias mais desenvolvidas, mas "a boa notícia é que haverá uma recuperação em 2010", que "será mais rápida nos países emergentes e mais lenta nos mais avançados".
Mantega assegurou que, apesar das atuais dificuldades, o Brasil "foi o último país" a ser afetado pela crise
Foto:
Antonio Cruz, ABr
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