| 22/05/2009 15h26min
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje que o recente crescimento do fluxo de dólares para o Brasil que provocou a valorização do câmbio é uma fonte de preocupação para o governo. Segundo ele, esse movimento é um reflexo das condições que o Brasil oferece aos investidores externos, como segurança, estabilidade e oportunidade de negócios, em um momento de instabilidade internacional.
Mantega reconheceu que o real valorizado prejudica o setor produtivo, a agricultura e os exportadores, mas ponderou que esse fenômeno também tem um lado positivo, pois reflete o maior interesse dos investidores no país.
— Essa valorização do câmbio já é um reflexo desse entusiasmo dos outros países para virem para o Brasil — disse o ministro após participar de seminário promovido pela revista Carta Capital, na capital paulista.
— É claro que essa valorização atrapalha. Atrapalha o setor produtivo, os exportadores, a agricultura, etc. Então, de fato, ela é uma
fonte de preocupação.
O
ministro destacou, porém, que o Banco Central já voltou a comprar dólares para conter essa valorização excessiva e recompor reservas.
— Isso é muito bom, porque neste momento seríamos um dos poucos países aumentando nossas reservas para manter o país sólido. Devemos olhar pelo lado positivo. São mais investidores externos interessados no Brasil — ressaltou.
Questionado sobre se a valorização cambial poderia acelerar a queda da taxa básica de juros (Selic), Mantega respondeu que o BC já deu sinais de que haverá continuidade na diminuição da Selic.
— Meirelles tem falado nisso e, portanto, acredito que essa é a direção correta — declarou.
Ele acrescentou ainda que as instituições financeiras públicas e privadas precisam reduzir os spreads bancários mais fortemente.
Inflação
Mantega afirmou que "não há perspectiva de reduzir a meta de inflação". De acordo com o
ministro, a discussão sobre a mudança da meta, defendida por alguns economistas como
Armínio Fraga (ex-presidente do Banco Central), "é prematura".
Ele afirmou que este tema ainda será discutido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Mas Mantega sinalizou que não é favorável a alteração dos parâmetros que balizam o regime de metas de inflação até 2010.
— Não há nenhuma perspectiva de redução da meta de inflação. Estamos em um momento de volatilidade da economia mundial e acho que esta meta que estabelecemos tem dado certo. Tanto que no ano passado ficamos próximos do centro da meta e o Brasil foi um dos poucos países que a cumpriu — comentou.
De acordo com o ministro, a expectativa é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) continue "bem comportado" nos próximos meses, o que deverá levar o índice a registrar uma marca inferior ao centro da atual meta de inflação, de 4,5%.
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