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 | 15/04/2009 09h21min

Estiagem volta a preocupar o Rio Grande do Sul

Previsão é de que chuvas atinjam regiões apenas a partir do dia 25

A estiagem que assolou parte do Rio Grande do Sul em novembro e dezembro não terminou ainda para municípios do norte e da fronteira com a Argentina. Das 116 cidades que decretaram situação de emergência em razão da falta de chuva a partir de dezembro, pelo menos 10 já prorrogaram o decreto, conforme e a Defesa Civil.

É o caso de Três Passos, no noroeste do Estado. Os decretos podem ter validade de 30, 60 ou 90 dias.

– Perdemos com a soja, o milho e o leite. O pior de tudo é o desabastecimento das famílias do interior e dos animais – conta o prefeito em exercício Elso Paulo Severnini (PP).

O município está concentrado em ampliar a rede de água para comunidades que enfrentam dificuldades. Foram adquiridos 20 mil metros de canos. Foi cogitada a decretação de estado de calamidade pública. No primeiro trimestre do ano, foram enviados para o interior 3 milhões de litros de água.

Roque Gonzales, nas Missões, embora ainda não conste no sistema da Defesa Civil, prorrogou a emergência. Em novembro, o município já sofria com a seca. Desde então, a situação piorou. Toda a produção agrícola teve perdas. As lavouras de soja têm quebra de 72%. As de milho, da safrinha, 90%. Para piorar, falta água para moradores do interior e animais.

– Recebemos de 10 a 15 pedidos de produtores por dia para limpeza de bebedouros, para puxar água para os animais – diz Emir Schwarzer, da Secretaria da Agricultura do município.

Na vizinha Porto Xavier, o principal produto agrícola, a cana-de-açúcar, sofreu quebra superior a 50%, conforme o prefeito Vilmar Kaiser. Falta água para moradores de cinco comunidades do interior e animais.

Com as plantações secas, produtores rurais temem outro tipo de prejuízo: os incêndios na lavoura. Na região de Passo Fundo, o Corpo de Bombeiros foi acionado para combater o fogo em quatro plantações somente nessa terça. Em uma delas, em Coxilha, foram perdidos 20 hectares de soja,.

Fagulhas de uma colheitadeira teriam provocado as chamas.

– Se não tivesse tão seco, não teria acontecido. Em pouco mais de uma hora, o fogo já tinha atingido os 20 hectares – lamenta a produtora rural Marizete Artuso, que pretendia obter 55 sacas por hectare.

A perspectiva de chuva apenas para o dia 25 pode agravar ainda mais o quadro crítico dos municípios atingidos pela estiagem. Depois, o tempo deve seguir seco. A situação deve ser normalizada na segunda quinzena de maio. A falta de chuva no Estado ainda se deve ao La Niña. Conforme Estael Sias, da Central de Meteorologia, as frentes frias que deveriam trazer chuva passam muita fracas pelo Estado.

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