| 09/02/2009 16h33min
Mesmo com a retração de 0,04% em novembro, o PIB do Agronegócio de Minas Gerais acumula expressivo crescimento de 14,97% nos primeiros 11 meses do ano, conforme cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq (Cepea/Esalq/USP), com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa). Para 2008 todo, a estimativa é que o agronegócio tenha expansão próxima a 14%, taxa bem superior aos 8,15% de 2007.
Com os resultados até novembro, o valor estimado do PIB do Agronegócio de Minas para 2008 passou para R$ 90,11 bilhões (a preços de 2008). Desse valor, R$ 43,87 bilhões ou 48,68% derivam do agronegócio da agricultura e R$ 46,24 bilhões ou 51,32% são gerados no agronegócio da pecuária.
A queda de novembro é a primeira do ano e ocorre após diversos meses em ritmo de desaceleração. Na medida em que a crise se aprofunda, os números de toda a cadeia começam a refletir o contexto internacional.
Pesquisadores do Cepea explicam que o desempenho negativo do agronegócio mineiro em novembro refletiu especialmente a performance ruim da agricultura, que amargou intensa retração dos segmentos de insumos e dentro da porteira (primário ou básico). Do lado dos insumos, além de queda das vendas já observada nos meses anteriores, os preços dos adubos e fertilizantes também recuaram, aliviando os elevados custos para os produtores. No segmento básico, a queda de preços foi acompanhada pelo recuo das quantidades, ampliando a retração.
No setor da pecuária, embora tenha havido desaceleração, os resultados são bastante animadores. Tal resultado torna-se de grande relevância, não só pela importância do setor pecuário ao Estado de Minas Gerais, mas pelo contrapeso aos recuos sofridos pela agricultura, evitando, desta forma, que o crescimento de 15% acumulado até o momento pelo agronegócio sofra retrocesso.
Conforme pesquisadores do Cepea, o agronegócio passou por duas etapas bem distintas em 2008. O divisor de águas foi o estouro da crise financeira no segundo semestre, com forte queda nos preços do agronegócio. É preciso considerar, no entanto, que os preços excepcionalmente altos do primeiro semestre não se reverteram completamente aos níveis anteriores ao boom das commodities. Em outras palavras, os produtores puderam beneficiar-se da boa fase, antes que a crise sobreviesse. Essa boa fase, porém, não foi uma fase áurea, principalmente pelos elevados preços dos insumos agropecuários, com fertilizantes à frente, detalham os pesquisadores. É fato, ainda, que durante um bom tempo, apesar da crise, não se notou queda nos preços dos insumos proporcional à observada para os produtos agropecuários.
Pegos no contrapé das relações de troca, os produtores viram o volume de crédito se escassear, devido principalmente à fuga das multinacionais processadoras, ficando a agropecuária sem os recursos necessários para custear a nova safra que se planejava para 2009 e comercializar adequadamente a produção de 2008.
Para 2009, consideram os pesquisadores, as perspectivas ficam prejudicadas não só pela remota possibilidade de recuperação de preços como também pelos sinais de menor produção. Isso em decorrência do desestimulo econômico-financeiro aos produtores e também pelas adversidades climáticas que vêm se sucedendo pelo país afora.
PIB do Agronegócio Nacional
O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro estimado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea), da Esalq/USP, com o apoio financeiro da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), decresceu 0,42% em novembro, seguindo a trajetória de queda iniciada no mês anterior. Embora seja novamente uma variação negativa, é inferior à de outubro (-0,88%), o que sinaliza recuperação frente ao maior recuo do mês passado; no ano o crescimento é de +6,15%. Preliminarmente, o Cepea estima que o PIB do agronegócio nacional se aproxime de R$ 760 bilhões em 2008, ao passo que o PIB Agro de 2007, a valores de 2008, foi de R$ 715 bilhões.
O agronegócio da agricultura recuou 0,75% em novembro. Embora todos os segmentos tenham registrado taxas negativas, o dentro da porteira novamente foi o que mais pesou para os resultados desanimadores. No acumulado do ano, o setor agrícola ainda registra crescimento de 5,01%.
O agronegócio da pecuária segue desacelerando, porém mantém taxas positivas. Em novembro o setor cresceu apenas 0,38%. O segmento industrial foi o único a recuar, 0,27% no mês. Por outro lado, o segmento Básico, que havia perdido ritmo em outubro, voltou a se expandir (taxa de +0,83% em novembro contra +0,78% em outubro). No acumulado dos onze meses de 2008 o crescimento do agronegócio da pecuária é de 8,96%.
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