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 | 06/02/2009 18h09min

PIB do agronegócio recua pelo segundo mês consecutivo

Mesmo com a queda de crescimento o setor ainda acumula 6,15% de expansão no ano passado

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro caiu 0,42% em novembro de 2008, seguindo tendência verificada em outubro, quando registrou recuo de 0,88%. Foi o segundo mês consecutivo de queda no crescimento do setor, embora o agronegócio ainda acumule 6,15% de expansão no ano.

Segundo análise da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), os dados da estimativa CNA/Cepea/USP revelam que a capacidade de reação do setor para o segundo semestre dependerá da manutenção do câmbio desvalorizado, rolagem satisfatória das dívidas e recuperação do capital de giro próprio dos produtores. Para tanto, os preços internacionais de commodities agropecuárias precisam ficar em torno do nível atual, sem maior aprofundamento da recessão no resto do mundo.

Novamente em novembro, a queda nas lavouras e a retração no segmento primário da agricultura contribuíram fortemente para o recuo de 0,75% dentro da porteira do agronegócio, embora no acumulado do ano o setor agrícola ainda registre crescimento de 5,01%.

No segmento de insumos, os volumes comercializados de adubos e fertilizantes seguiram em queda, mas foram mantidos os altos níveis de preços alcançados em 2008.

O agronegócio da pecuária também registrou queda. Apesar de manter taxas positivas, cresceu apenas 0,38% em novembro. Quanto aos insumos da pecuária, as rações registraram perda no ritmo de expansão dos preços, acompanhada por retrações também nas vendas.

O menor crescimento do volume médio anual das lavouras, de 5,24% ao ano em novembro, contra 6,46% ao ano em outubro, combinado com a desaceleração nos preços (9,25% ao ano em novembro, contra 10,99% ao ano em outubro) resultou em perda de ritmo na expansão no faturamento médio das lavouras.

As lavouras de arroz, cacau, cebola, feijão e soja continuaram com os preços em aceleração, enquanto trigo e tomate se destacaram pela expressiva expansão quantitativa. Para a CNA, a desvalorização elevada do real já se reflete na recuperação de preços para os segmentos de soja e milho. A expectativa é de que, a partir do plantio da safrinha, os sinais de queda de atividade possam começar a reverter.

Após desacelerar em outubro, o segmento primário da pecuária voltou a expandir, melhorando sua performance para 2008. No acumulado de janeiro a novembro, o segmento registra aumento de 11,33%. Este bom desempenho em 2008 resulta da expansão de preços e volume de produção, especialmente dos bovinos, suínos e leite. Embora o preço do frango apresente crescimento em 2008, a média de preços reais continua inferior ao observado em 2007.

A agroindústria do agronegócio segue em dificuldades, registrando desempenho negativo de 0,48%, em novembro. Este recuo reflete as quedas das indústrias de base agrícola e pecuária, acumulando crescimento de apenas 0,69% no ano. ´

O segmento de distribuição do agronegócio registrou queda de 0,46% em novembro, acumulando expansão de 3,65% no ano. A maioria dos setores industriais/agropecuários já revelava perda no ritmo de atividade desde novembro de 2007.

Para a CNA, o fato das maiores perdas ocorrerem nos segmentos de açúcar, calçados, beneficiamento de produtos vegetais, têxtil, vestuário, madeira e mobiliário reflete o efeito da perda de competitividade devido ao real muito valorizado até setembro.

AGÊNCIA CNA
 
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