O presidente do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, afirmou nesta segunda, dia 2, que a expectativa para os preços agrícolas em 2009 é "razoavelmente positiva". Conforme sua avaliação, isso depende da manutenção dos fundamentos atuais, como demanda aquecida, estoques baixos e quebra de produção especialmente no Cone Sul.
   
De toda forma, Rodrigues assinalou que os efeitos da recessão sobre os preços e a demanda não podem ser descartados, assim como os riscos relativos a práticas protecionistas e à falta de crédito para Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC) precisam ser considerados.
   
De acordo com o ex-ministro, os setores pecuário e sucroalcooleiro estão entre os mais atingidos pela crise. Ele ressaltou que, no caso específico das empresas de açúcar e álcool, os preços ainda não reagiram conforme o esperado, falta crédito voltado para ACC e capital de giro, e o setor está comprometido com endividamento.
   
Para Rodrigues, apesar de a desvalorização cambial beneficiar as exportações, todos os países são afetados, o que não dá vantagem ao Brasil.

– O mercado fica mais complicado, a concorrência é complicada. O que vai definir a situação é a capacidade produtiva de cada país – afirmou.