| 20/01/2009 18h01min
A Frente Parlamentar da Agropecuária da Câmara dos Deputados está negociando medidas com o governo para que a safra deste ano não seja prejudicada. Segundo o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS), o custo dos fertilizantes e o seguro agrícola são dois pontos prioritários para os produtores.
Um estudo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgado na semana passada alerta para os riscos que o produtor rural terá de enfrentar em 2009 devido à crise financeira internacional. Os preços mais baixos pagos ao setor, os custos elevados de produção, especialmente dos fertilizantes, as restrições ao crédito e a queda das cotações internacionais são os principais problemas apontados.
De acordo com o documento apresentado ao governo federal, o cenário em 2009 requer atenção especial do governo brasileiro para reverter a expectativa negativa de comercialização da atual safra.
Luis Carlos Heinze ressalta que é preciso definir o que fazer para baratear o custo dos fertilizantes e dar garantias ao produtor. Ele afirma que atualmente, sem garantias, o produtor fica sem crédito com os bancos, a indústria, as cooperativas e cerealistas, "que são hoje quem financia basicamente a agricultura".
– O seguro é um ponto extremamente importante para termos a garantia do produtor, porque hoje a garantia é o seu patrimônio e a sua produção – destaca.
Mais importações
A própria Conab reconhece que a atual conjuntura poderá desestimular o produtor nacional quanto ao plantio da safra 2009/2010. A companhia alerta que uma redução da produção exigirá mais importações, em um ambiente de safra mundial menor, com preços altos e com dólar valorizado. O resultado, segundo o documento, será o sacrifício, ainda maior, da balança comercial do Brasil, já afetada pela crise financeira internacional.
Neste ano, o órgão já previu redução de 5% da safra nacional de grãos. O deputado Luis Carlos Heinze acredita que o impacto pode ser ainda maior e ressalta que apenas ações pontuais não serão suficientes. Ele lembra que o setor rural concentra 40% dos empregos do país e que será necessária, portanto, uma política ampla de governo para mantê-los.
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