| 15/01/2009 06h38min
Se há culturas que são duramente prejudicadas com a estiagem, as vinícolas não veem motivos para preocupação. A seca favorece a maturação das uvas, que já são colhidas desde o início da semana na fronteira oeste e na região serrana do Rio Grande do Sul.
Apesar de a falta de chuva não atrapalhar, a safra deste ano será menor do que em 2008. Na Vinícola Aliança, em Santana do Livramento, safristas não medem esforços sob sol quente para colher as uvas em 40 hectares. São 300 toneladas que devem ser coletadas até meados de março. A torcida é para que a precipitação não seja abundante durante o processo.
– Dessa forma, a planta acaba não sugando água do solo, concentrando mais açúcar, preservando o sabor na fruta – diz o técnico Odinei Cardoso.
A safra deste ano no Rio Grande do Sul deverá ficar entre 441 milhões e 504 milhões de quilos. No ano passado, foram produzidos 630 milhões de quilos. E a culpa não é da estiagem. O inverno rigoroso e a chuva abundante entre setembro e outubro do ano passado, no período de floração das lavouras, prejudicaram o desenvolvimento das frutas.
Apesar disso, a expectativa para 2009 é de um mercado mais favorável aos vinhos nacionais. Com a crise, a intenção é conseguir vender no mercado interno diante de uma concorrência importada mais cara, devido à alta do dólar. Para o vice-presidente da União Brasileira de Vitivinicultura, Deunir Argenta, parte disso depende de uma valorizar do produto nacional.
A grande quantidade vinho estocado também deve diminuir esse ano. Só na Aliança, são 200 mil litros na fábrica e uma produção de 500 mil litros por ano. Para o gerente da unidade de Livramento, Flávio Augusto Novello, a aposta está nos espumantes. Antes, a produção era de 10% na vinícola. Hoje, a bebida representa 40% do que é engarrafado.
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