A imagem de turistas ilhados sobre um elevado da BR-101 entre os municípios de Maracajá e Araranguá, no Sul do Estado, no final de semana, mostrou o problema e também a solução para as enchentes que invadem a pista da rodovia de tempos em tempos desde a sua construção, em 1971.

Entre as duas cidades, a BR-101 foi construída em uma área de baixada do Rio Araranguá. Toda vez que a água do rio alaga a região, as pistas da rodovia têm de ser fechadas até que volte a ficar seca ou que a lâmina de água não prejudique o acesso de caminhões e veículos altos.

— Na época em que a BR-101 foi construída, os recursos eram menores e ela ficou em um nível baixo porque não tinha como fazer mais alta. Ela foi feita sabendo-se que corria o risco de inundação — explicou o supervisor da unidade de Tubarão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Avani Aguiar de Sá.

O projeto de duplicação prevê a construção de quatro elevados para minimizar o problema. O viaduto que já está pronto, no km 404, com 1.736 metros de comprimento, é o primeiro entre as duas cidades.

No km 408, fica o segundo, quase finalizado, com 368 metros de extensão. Esse serviu de abrigo aos motoristas ilhados na BR-101 no sábado. Os dois últimos estão em fase de fundação e ficarão juntos, no Km 411, próximo à localidade de Barranca, em Araranguá. Serão menores que os demais.

Mudança em dias chuvosos

Em tempos secos, os dois primeiros viadutos serão usados só em um sentido de tráfego.

— Com chuva, passamos o tráfego dos dois sentidos por cima do elevado até a água baixar — disse o supervisor do DNIT.

O maior elevado teve custo de aproximadamente R$ 28 milhões, e os outros três, cerca de R$ 6 milhões cada um. Assim como em todos trechos novos da rodovia, também está sendo feito um trabalho de engenharia de drenagem para o escoamento da água e o redimensionamento do sistema antigo.

De acordo com Avani Aguiar de Sá, a construção dos elevados melhora, mas não soluciona o problema das inundações da BR-101, pois a pista poderá alagar próximo ao Rio Araranguá em caso de chuva forte ou prolongada. A solução dependeria de um novo projeto que prevê um viaduto maior, que ligaria as duas margens do rio.

— Originalmente, previa-se um aterro de 250 metros de largura na região, mas estamos tentando aprovar tudo em viaduto, que teria aproximadamente 2,4 mil metros de extensão — contou.

No local, a pista da BR-101 sofrerá alteração e fará um contorno em Araranguá até o km 415,5. A pista atual será usada para trânsito local. Os viadutos já aprovados deverão ficar prontos ainda este ano, mas não há previsão de aprovação nem conclusão da obra do novo projeto.

Liberação

A pista da BR-101 Sul foi liberada para todos os tipos de veículos na noite desta terça-feira. Durante o dia, o trânsito foi permitido apenas para caminhões e ônibus.