Com os caminhões estacionados no km 403 da BR-101, em Maracajá, sul de Santa Catarina, dezenas de motoristas aguardam desde sábado a liberação do trecho da rodovia federal interrompido pela cheia do rio Araranguá.

A maior indignação dos caminhoneiros é com o que chamam de "falta de planejamento nas obras de duplicação" que, segundo análise deles, poderiam ter priorizado pontos críticos como o trecho conhecido como banhado de Maracajá, que costuma ficar alagado em época de chuva forte.

Preços de restaurantes causam indignação

Além do prejuízo no bolso, os motoristas começam a perder a paciência e surgem reclamações em relação aos preços cobrados pelos restaurantes que margeiam a rodovia. Eles também criticam a exclusividade dos carros de passeio e caminhões pequenos vazios que trafegam desde domingo pelo desvio que corta os municípios de Forquilhinha, Meleiro, Turvo, e Ermo, antes do retorno para a BR-101.

— O direito de ir e vir não existe aqui. É um direito de todo cidadão brasileiro — reclamou o motorista Fabio André Ribeiro de Souza, 36 anos, que viaja com a esposa e dois filhos.

Os motoristas reclamaram da prefeitura de Forquilhinha, dizendo que ela estaria impedindo o tráfego de veículos pesados (carretas e cegonhas) para não danificar as estradas do município.

Porém, de acordo com a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), a proibição é motivada pela necessidade de uma avaliação dos técnicos do Departamento de Infraestrutura (Deinfra) sobre as pontes existentes no percurso do desvio, que podem ter sido afetadas pelas chuvas. A análise estava prevista para acontecer nesta segunda-feira.

Dois elevados estão em obras na área

O gerente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (DNIT), engenheiro Avani Aguiar de Sá, lembrou que dois elevados estão sendo construídos na região do banhado de Maracajá. Mas frisou que eles não devem resolver totalmente o problema. Para ajudar, deve ser feito um desvio por Araranguá.

— Já estamos trabalhando nisso há bastante tempo — frisou Avani.