A Defesa Civil de Itapema notificou nesta quarta-feira moradores em área com risco de desmoronamento de terra e rochas no bairro Morretes.

No endereço, à margem do km 149 da BR-101, o primeiro deslizamento, ocorrido em 23 de novembro, derrubou árvores, pedras e entulhos sobre uma casa e uma pousada. Com a chuva dos últimos dias, a lama que desce do morro mostra a ameaça de novas ocorrências.

Ao todo, 30 famílias estão desalojadas na cidade por morarem em áreas de risco, especialmente perto de morros com extração de barro para aterro e construção civil.

Segundo presidente da Comissão de Avaliação de Áreas de Risco Habitacionais (CAARH) da Defesa Civil de Itapema, Cristian Barbosa Dias, alguns moradores notificados insistem em continuar trabalhando ou residindo perto de encostas.

— Estamos notificando pela segunda vez estas pessoas sobre a necessidade de saírem de casa. É só o que se pode fazer por enquanto — alega.

Dias explica que o município ainda não conseguiu encontrar um geólogo disponível para o levantamento necessário das áreas de risco. Segundo ele, o trabalho de revitalização e reforço de morros e encostas deve demorar meses.

O microempresário Renato da Silva já foi notificado, mas, durante o dia, continua na pousada do km 149, removendo lama e canalizando a água represada entre os entulhos para fora do imóvel.

O desmoronamento, ocorrido há quase um mês no local, engoliu a lavanderia, o estacionamento e o depósito do estabelecimento, onde Silva também morava. Uma área de cerca de 750 metros quadrados está tomada pelos entulhos. 

— A Defesa Civil nos manda sair de casa. E quem passa aqui pela frente não vê o prejuízo que a queda do morro nos trouxe. Precisamos de uma solução para voltar a trabalhar — afirma o microempresário.

Silva lamenta a perda o movimento de Natal e Réveillon, em que o estabelecimento sempre fica lotado de viajantes e turistas. Este ano, a pousada deve ficar fechada e ser desocupada até nova determinação da Defesa Civil.