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 | 08/12/2008 09h38min

Especialista prevê déficit de empregos de 1 milhão em 2009

Número é baseado em prognósticos do governo para crescimento do PIB e ingresso no mercado de trabalho

A desaceleração da economia brasileira fará com que deixem de ser criados 1 milhão de empregos no próximo ano, segundo José Pastore, professor de Relações do Trabalho da Universidade de São Paulo. Com isso, não haverá postos suficientes para absorver cerca de 2,5 milhões de novos trabalhadores que irão ingressar no mercado em 2009.

– A taxa de desemprego pode subir 1,5 ponto, em relação ao que esteve em outubro, chegando a 9% no fim do ano – disse Pastore.

O Ministério do Trabalho prevê que, este ano, serão criados 2,5 milhões de postos, como resultado de um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5,2% ou 5,3%.

– Numa conta rápida, são cerca de 500 mil postos de trabalho para cada 1 ponto de crescimento econômico – diz Pastore.

– Se reduzir de 5% para 3%, vai haver uma redução drástica de postos de trabalho. As pessoas que entrarão no mercado de trabalho vão se somar ao estoque de desempregados que já existe em 2008.

Seriam criados, no ano que vem, perto de 1,5 milhão de postos de trabalho, para 2,5 milhões de novos trabalhadores.

– Esse número de 500 mil trabalhadores por ponto porcentual de crescimento é até um pouco liberal – afirma.

– As últimas pesquisas mostram que, com a entrada da tecnologia, cada ponto de crescimento está gerando mais ou menos 400 mil. A tecnologia entrou para ficar. Então, no ano que vem, o problema pode ser um pouco mais sério, com 3% de crescimento.

Pastore destaca que o crescimento do desemprego acaba por realimentar a crise, criando uma onda de inadimplência.

– Quando a crise mostra a cara no mercado de trabalho, a cara é feia, porque provoca círculos perniciosos – diz.

– O camarada perde o emprego, fica inadimplente, não paga a conta da venda, a conta da escola, do médico. O vendeiro não pode pagar a conta do seu fornecedor, e o seu fornecedor não paga a conta do agricultor. Então, o que se tem é uma bola de neve de inadimplência que acaba agravando a própria crise.

Agência Estado
 
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