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 | 08/12/2008 07h03min

Nível de emprego no campo é o melhor desde 2004

Resultado positivo, entretanto, poderá não se repetir no próximo ano

O nível de emprego no campo deve fechar este ano com saldo positivo de aproximadamente 33 mil vagas, melhor resultado desde 2004, quando a diferença entre contratações e demissões nas propriedades rurais foi positiva em cerca de 60 mil postos de trabalho.

Uma conjunção de fatores, entre eles o clima favorável para o desenvolvimento das lavouras e um bom nível de preços das commodities agrícolas no mercado externo, incentivou as contratações. Em média, o nível de empregos no campo soma quatro milhões de pessoas em vagas permanentes e 1,3 milhão de postos temporários.

O resultado positivo esperado para 2008 pode não se repetir no ano que vem devido à crise financeira internacional que traz incertezas sobre o ritmo dos preços dos produtos agrícolas brasileiros no Exterior.

– Para a cana e o café, por exemplo, se os preços não estiverem bons, muitas áreas marginais podem deixar de ser colhidas – explica o assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Luciano Carvalho.

A CNA deve concluir nos próximos dias um estudo detalhado sobre o nível de emprego no campo em 2009. Carvalho lembrou ainda que muitos produtores de cana podem deixar de replantar áreas, prática comum que tem início no final do ano, se os preços internacionais do açúcar e do álcool não estiverem num nível que remunere os custos de produção. Técnicos do governo acrescentam que os problemas climáticos verificados nas últimas semanas na região Sul do país podem comprometer o nível de contratação de trabalhadores no campo no primeiro trimestre de 2009, quando as lavouras são colhidas.

– Não será preciso contratar se houver quebra de safra – afirmou um interlocutor do governo.

A iniciativa privada estima quebra de safra em Santa Catarina, Paraná e no Rio Grande do Sul devido ao clima adverso ao desenvolvimento das lavouras de grãos.

Carvalho, da CNA, lembra que a necessidade de mão-de-obra nas lavouras de café e nos canaviais cresce entre os meses de maio e junho, quando os trabalhos de corte da cana e de colheita dos cafezais são mais intensos. Em julho deste ano, por exemplo, o saldo positivo de empregos no campo somou 175 mil.

– Esses empregos representaram 12% do total de empregos no período – disse o assessor.

Nos dois primeiros meses do ano, as atividades agrícolas que mais empregam estão ligadas à fruticultura, especialmente no Sul. Em março, as lavouras de grãos são as que mais empregam, pois é nesse período que o setor agrícola absorve mão-de-obra descartada por outros setores.

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