| 04/12/2008 13h40min
Linhas de transmissão de energia foram afetadas por deslizamentos de terra em Gaspar e Blumenau, algumas das cidades mais atingidas pela chuva no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. Mesmo assim não há risco de um apagão na região. A informação é do gerente regional de Manutenção da Eletrosul em Santa Catarina, Renato Bunn.
A linha de 500 mil volts que liga a subestação de Blumenau até a de Biguaçu, na Grande Florianópoolis, está desligada em função da inclinação de uma torre no bairro Belchior, em Gaspar.
Como o problema foi detectado na semana passada, o sistema nacional, que é interligado, foi preparado para a perda dessa linha e a energia que fluía por ela está passando por outras linhas da região. Por isso os consumidores não chegaram a ser afetados pelo problema.
— Essa linha não é da Eletrosul, é da SC Energia, mas a Eletrosul faz a manutenção e a operação dela. Estamos vendo a melhor solução técnica para que retorne com essa
linha o mais rápido possível — explica
Bunn.
A situação está sendo avaliada pelos técnicos. A principal dificuldade é levar, até o local, a estrutura necessária para reconstruir a torre.
— Hoje só conseguimos chegar na torre a pé, não temos condição de chegar com transporte. Mas já estamos tendo uma solução técnica de eliminar essa torre do circuito, fazendo com que as torres adjacentes fiquem mais altas para não ter a necessidade de reconstrução imediata — disse.
Nessa mesma região há outra torre que está com os dois dos quatro pés completamente expostos, mas as equipes providenciaram uma solução para evitar que a torre caia. Com isso, a linha continua a funcionar.
Vistoria
O gerente regional afirma que as linhas estão sendo vistoriadas para que o fornecimento não sofra interrupções.
— A nossa área de operação vem acompanhando de perto, juntamente com o Operador Nacional do Sistema
Elétrico (ONS), e todas as medidas estão sendo tomadas para que o sistema não sofra
interrupção em função dessas avarias na região.
Algumas linhas no Vale do Itajaí ainda não puderam ser verificadas devido à dificuldade de acesso.
— Estamos essa semana fazendo uma inspeção detalhada, mas a situação ainda é muito complicada, até para chegar na torre é complicado. É uma região que a própria Defesa Civil está considerando como área de risco, então a gente tem que ter cuidado.
Na Grande Florianópolis, foram registrados problemas apenas com uma torre no Morro dos Cavalos, em Palhoça, onde houve deslizamento de terra, mas isso não prejudicou o abastecimento.
— A solução dela pode ser de longo prazo, não é urgente. Até porque essa região é atendida pela Distribuição da Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) — disse.
Segundo Renato Bunn, apesar dos problemas não há risco de apagão no Estado, pois há outras alternativas de fornecimento de energia
elétrica.
— Todas as medidas a Eletrosul está tomando para que não aconteçam
problemas na transmissão de energia.
Luiz Alves
De acordo com o diretor técnico da Celesc, engenheiro Eduardo Sitônio, o principal problema de abastecimento de energia elétrica é enfrentado em Luiz Alves, no Vale do Itajaí.
Para cerca de 80% dos consumidores o fornecimento já está regular, mas os bairros Alto Santana e Dom Bosco continuam sem energia. Três indústrias de grande porte ainda têm que operar com geradores abastecidos por óleo, o que aumenta os custos.
O problema é provocado pela interrupção do fornecimento de energia por uma rede que vinha de Blumenau, e que foi destruída.
— Nós tentamos na sexta e sábado fazer uma linha emergencial, não conseguimos, porque a Defesa Civil estava achando perigoso. Mas agora nós já começamos a fazer uma alternativa que é atender por Itajaí. Já colocamos 60 postes de ontem para hoje e demos um prazo de sete dias para atender Luiz
Alves no que diz respeito à tensão de 23 mil volts, que é usada pelas
indústrias e algumas residências. Estamos no maior esforço para restabelecer o mais rápido possível — disse.
A operação para restabelecer completamente o abastecimento de energia elétrica no município está orçada em R$ 1,2 milhão. A obra inclui a colocação de 300 postes e 25 quilômetros de cabos, numa extensão de 32 quilômetros.
Em Blumenau e Itajaí, segundo Sitônio, ainda há problemas pontuais de falta de energia, mas a população atingida é bem menor que em Luiz Alves.
— Estamos hoje em Blumenau com menos de 0,5% de consumidores sem energia. E temos alguma coisa pequena em Itajaí.
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