| 28/02/2003 19h20min
Reunidos no balneário de Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho, no Egito, os ministros das Relações Exteriores dos países árabes rejeitaram nesta sexta, dia 28, a pressão norte-americana para exigir a renúncia do líder iraquiano Saddam Hussein. Os representantes disseram haver consenso em relação à busca de paz e da não interferência nos assuntos do Iraque.
Os ministros revelaram que há divergências em relação ao texto da resolução resultante do encontro, particularmente sobre questões como a rejeição do uso da força e a extensão da cooperação iraquiana com a Organização das Nações Unidas (ONU). Os membros asseguraram que qualquer decisão seria tomada com o consenso dos países árabes, não sob pressão dos Estados Unidos.
– Este é um encontro da Liga Árabe e são os líderes árabes que decidirão o que querem dizer e que tipo de resolução irão propor – declarou a repórteres o ministro egípcio das Relações Exteriores, Ahmed Maher.
O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, prometeu nessa quinta incentivar os líderes árabes a propor um documento exigindo que o Iraque cumpra as exigências da ONU de desarmamento, ou até mesmo sugerindo que o líder iraquiano vá para o exílio para evitar a guerra em seu país. O ministro líbio da Unidade Africana, Ali Abdesselam Triki, disse:
– Não acredito que a renúncia seja uma solução. É o povo iraquiano quem deve decidir, e não o encontro de cúpula dos países árabes ou o senhor Powell. O ministro das Relações Exteriores do Iraque, Naji Sabri, provocou, dizendo que Bush, não Saddam, deveria renunciar para evitar um conflito militar:
– Ele deveria renunciar porque é um ditador inconsequente, um déspota irresponsável que não age de acordo com a voz e a opinião de milhões de pessoas. Ele está colocando em perigo o mundo inteiro e seu próprio país – disparou.
As informações são da agência Reuters.
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