| 23/10/2008 22h04min
A crise no mercado internacional faz a indústria catarinense refazer as contas para 2009. Pesquisa divulgada nesta quinta-feira pela Federação da Indústria de Santa Catarina (Fiesc) mostra que 57% dos empresários entrevistados revisarão os planos para 2009 e 7% adiaram ou cancelaram os investimentos previstos para o próximo ano.
Diante do cenário de preocupação, o setor cobra a redução dos juros e o aumento do crédito para manter o ritmo.
Por outro lado, 21% das indústrias consultadas informaram que os investimentos de 2009 estão integralmente mantidos. Para o ano que vem, 36% afirmam que manterão os planos sem qualquer revisão e 13% adiaram ou cancelaram a aplicação dos recursos.
A pesquisa mostra ainda que 54% das indústrias já sentem algum tipo de prejuízo decorrente da crise, como restrição do consumo, alta das matérias-primas, atrasos de pagamentos ou inviabilidade de negócios devido à alta do dólar. A pesquisa apontou que 89% das indústrias
são afetadas pela variação do câmbio,
um dos fatores mais visíveis da crise atual.
Praticamente uma em cada quatro empresas (24%) respondeu que já sente a restrição ao crédito no mercado interno, enquanto 16% das pesquisadas informaram sentir dificuldades para obter recursos no mercado externo.
Entre os problemas apontados estão a escassez de linhas, alta nos custos, redução de limites, demora na liberação de recursos para importação ou problemas nas operações ligadas à exportação e capital de giro.
Para o presidente da Fiesc, Alcantaro Corrêa, são necessárias medidas para evitar a parada da economia.
— É hora de reduzir os gastos públicos para que os investimentos como os do Programa de Aceleração do Crescimento não sejam comprometidos. Também é hora de reduzir juros, para evitar que as restrições já sentidas no crédito se agravem, comprometendo ainda mais o desempenho do mercado interno em 2009 — avalia Corrêa.
A pesquisa também
trouxe dados positivos, mostrando uma indústria confiante nas
boas vendas até o final de 2008. Para 60% delas, as vendas de final de ano ficarão dentro do previsto, para 7% irão superar as projeções e para 33% ficarão abaixo das expectativas.
A pesquisa foi feita com 88 indústrias de grande e médio porte entre os dias 8 e 21 de outubro.
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