| 22/10/2008 02h54min
Se havia receio de um Natal tímido em razão da crise financeira, esse pessimismo não chegou aos shopping centers e comerciantes. O consumidor pode se preparar para encontrar longas filas e corredores cheios nos dias que antecedem o final do ano. Segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o faturamento em dezembro deve crescer 12% em relação ao mesmo período do ano passado, acima da previsão do Ministério do Fazenda para expansão do Produto Interno Bruto (PIB) no país, de 5%.
O número é ainda mais expressivo quando comparado com o desempenho registrado no Natal de 2007, ano em que as vendas nos shoppings aumentaram 16%. Ou seja, o faturamento deve se ampliar sobre um patamar já alto.
— O Natal é uma força muito grande, e nada indica que vai ser diferente neste ano. A crise não chegou ao bolso do brasileiro. Ela está apenas na cabeça das pessoas — diz Luiz Fernando Pinto Veiga, diretor-executivo da Abrasce, que esteve ontem em Porto Alegre
para uma reunião com
representantes dos shoppings gaúchos.
A confiança do consumidor pode ser medida pela alegria da pequena Laura, seis anos, filha do empresário Eduardo Oliczewski. Fazia uma semana que Laura vinha pedindo um par de patins como presente de Natal. Comovido com a insistência, Oliczewski usou os R$ 70 em moedas que vinham sendo economizados pela menina para comprar o sonhado brinquedo.
— Mas pretendo dar outro presente no Natal. A crise não vai atrapalhar essas coisas — garante Oliczewski.
Se o pai ceder novamente aos pedidos da filha em dezembro, o presente deve ser mais caro. Laura está encantada com uma boneca que fala e que custa mais de R$ 300.
No comércio de Porto Alegre, a confiança de Oliczewski deve se refletir em um aumento de 7% a 8% no faturamento, segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas da Capital, Vilson Noer:
— Estamos mantendo a previsão, apesar da turbulência. O comportamento das
pessoas continua inalterado. A receita está certa, veremos se a
fornada sai como o esperado.
Dólar elevado pode favorecer vendas de artigos nacionais
Na comparação com outubro de 2007, as vendas do comércio da Capital vêm crescendo 8,59% de acordo com as consultas ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), indicando que o ritmo deve se manter até o final do ano, segundo Noer. A crise, no entanto pode mudar o perfil das compras. Com dólar alto, importados devem ser trocados por produtos nacionais.
A pouco mais de dois meses do Natal, os shoppings, que representam 18% do faturamento do varejo nacional, prepararam a decoração festiva e os últimos detalhes das promoções que ajudam a impulsionar as vendas. No Shopping Total, terceiro maior do Estado segundo a Abrasce, a verba de publicidade e ambientação dos corredores vai ganhar acréscimo de 18% neste ano – um incentivo extra para manter a projeção de aumento de 15% a 18% no movimento de final de ano.
A preparação
também atinge o Iguatemi, maior shopping do Estado, onde a
decoração natalina deve ser revelada nas próximas semanas e a estimativa é de crescimento de 10% nos negócios. No Praia de Belas, o segundo maior, o otimismo é ainda mais forte, com projeção de expansão de 20% nas vendas
Entenda a crise
ZERO HORA
A pouco mais de dois meses do Natal, os shoppings, que representam 18% do faturamento do varejo nacional, prepararam a decoração festiva e os últimos detalhes das promoções que ajudam a impulsionar as vendas
Foto:
Daniel Marenco
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