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 | 14/10/2008 05h43min

Análise da crise: em direção à luz

Volume anunciado permite que governos comprem ações de bancos em dificuldades

Maria Isabel Hammes, editora de economia de Zero Hora

O maior pacote de socorro pós II Guerra Mundial equivale a uma Rússia inteira. O volume de recursos anunciado somente ontem para garantir empréstimos, permitir que os governos comprem ações de bancos em dificuldade e conseguir que o mercado de crédito seja descongelado é o equivalente a toda a riqueza produzida pelos 143 milhões de russos. Bem recebido de norte a sul, o multibilionário resgate visa a evitar uma ainda maior e mais rápida disseminação da turbulência nos mercados financeiros globais.

A resposta comum da Europa ao tsunami financeiro que já provocou perdas estimadas de US$ 27,06 trilhões em apenas um ano no mercado de ações do planeta está baseado em dois pontos: garantia dos empréstimos interbancários e apoio às instituições financeiras para evitar sua quebra. Tudo com o propósito de restaurar a confiança no sistema financeiro e combater os sinais de recessão, já nítidos em muitos países, embora economistas duvidem da eficácia porque o processo de desaquecimento da economia há muito se encontra em andamento.

Mais do que tudo, no entanto, o louvável é a crescente sensação de que se precisa seguir com medidas de regulação do mercado financeiro. Combater os excessos do mercado, até pouco tempo louvado por oito em cada 10 especialistas, é a regra número 1. Interpretação nesse sentido foi dada ontem pela chanceler alemã Angela Merkel e pelo presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, para os quais o socorro só vai valer se vier acompanhado da mudança nas regras internacionais.

— Nós nos vimos confrontados com os excessos do mercado — reconheceu a chanceler.

— Precisamos navegar em direção à luz — complementou o titular do Bird, dizendo que, no momento, se vive “o lado escuro da interconexão global”.

A luz, talvez, virá com mais supervisão e regras, um sistema mais justo que coloque o cidadão em primeiro lugar, não apenas os resultados das corporações.


Gráfico: entenda a crise financeira

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