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 | 13/10/2008 14h06min

Banco Mundial prevê recessão em países desenvolvidos e crescimento em emergentes

"Os países latino-americanos estão muito melhor do que há 10 anos", diz Pamela Cox

Os países desenvolvidos enfrentarão "uma recessão generalizada", enquanto as nações emergentes "crescerão" apesar da crise financeira internacional, sustentou a vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, Pamela Cox.

Em uma entrevista ao jornal argentino La Nación publicada nesta segunda-feira, Cox também advertiu que "haverá impacto através de menores receitas fiscais e uma baixa na despesa do setor privado" em países que se beneficiaram nos últimos anos pelo aumento nos preços das matérias-primas.

— Já vemos uma queda no preço das matérias-primas, que cairão mais 25%, o que gerará um grave problema — explicou a vice-presidente do BM para a região, quem previu um 2009 "muito difícil".

De todas as formas, afirmou que os países latino-americanos estão "muito melhor" do que há 10 anos "porque a maioria têm superávit, reduziram suas dívidas e adotaram importantes medidas regulatórias no mercado financeiro, o que lhes permite navegar muito melhor nestas águas tão turvas".

— Mas mesmo assim estão em meio a uma tempestade global — assinalou Cox, que estimou que "na região há 47 milhões de pessoas em condições de extrema pobreza", mas "a alta dos alimentos dos últimos seis meses empurrou outros 10 milhões a esse grupo".

Cox admitiu, ainda, a possibilidade de o Banco Mundial "ajustar" suas projeções de crescimento para a região da América Latina e Caribe, como já fez quando rebaixou a previsão de 2008, de 4,8% para 4,5%. Sobre a Argentina, Cox disse que, no próximo ano, o crescimento "desacelerará", ficando em 4,5%.

— Claramente boa parte deste crescimento (na Argentina) vinha das exportações e a baixa da demanda mundial afetará tanto o setor público como o privado. Para frente, o desafio é manter um sólido programa de política econômica — considerou.

O governo da Argentina ratificou na semana passada que cumprirá a promessa de cancelar dívidas com o Clube de Paris por US$ 6,7 bilhões em moratória desde 2001, tal como anunciou a presidente Cristina Fernández de Kirchner, no início de setembro.

Gráfico: entenda a crise financeira

EFE
 
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