| 07/10/2008 14h57min
Os micro e pequenos empresários da indústria manifestaram nesta terça, no 3º Congresso da Micro e Pequena Indústria, preocupação com a possibilidade de a crise financeira provocar uma diminuição das linhas de crédito no Brasil.
As micro e pequenas empresas, em geral, são responsáveis pela geração de 60% de emprego, têm 20% de participação na formação do Produto Interno Bruto (PIB) e somam 98% do total de companhias existentes no país, segundo dados do Serviço de Apoio à Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP). O presidente do órgão, Fábio Meirelles, defendeu a necessidade do fortalecimento do setor.
— Não é possível adotar uma posição contrária ao do desenvolvimento que temos mantido nos últimos anos, o que nos permitiu um salto de crescimento no Brasil — salientou.
O diretor do Departamento da Micro e Pequena Indústria da Fiesp, Milton Bógus, disse que vem acompanhando os desdobramentos da crise financeira com preocupação. Ele destacou
que um dos fatores que chama a
atenção é o impacto sobre o câmbio, que ontem chegou a atingir uma valorização de mais de 7% sobre o real, cotado no fechamento dos negócios a R$ 2,20.
Esse aumento, segundo ele, tem sido provocado pela fuga de muitos investidores para a moeda norte-americana como forma de uma proteção contra as oscilações de queda do mercado acionário. Bógus acredita que para o setor das micro e pequenas empresas a valorização cambial poderá até ser benéfica, já que pode segurar a concorrência com os produtos importados.
Ele disse, porém, que uma cotação sob equilíbrio é o ideal para o setor, levando em consideração que em algumas atividades das micro e pequenas também há a dependência de insumos comprados no exterior.
O empresário Carlos Bittencourt, da Triátlon, que atua na oferta de serviços de qualidade de vida às empresas e no fornecimento de materiais esportivos, disse que em seus negócios já há sinais que configuram um receio na tomada de decisões pelos
clientes, na maioria grandes empresas.
— O momento é de expectativa porque não sabemos até que ponto essa crise vai impactar nossos negócios — disse.
Segundo o empresário, por conta das incertezas, seis grandes clientes adiaram a assinatura de contratos na prestação de serviços, sendo dois americanos, um francês, um alemão e dois japoneses.
GRÁFICO: entenda a crise global
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