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 | 21/07/2008 19h49min

Potências econômicas mantêm suas posições em reunião da OMC

Celso Amorim avalia que texto de negociação industrial força países a fazerem concessões

A reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) em que se tenta salvar a Rodada de Doha começou nesta segunda-feira com as principais potências comerciais entrincheiradas em suas posições e reivindicando concessões junto aos demais para superar o bloqueio das negociações. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse na reunião que o texto sobre a negociação industrial é baseado "na lógica de forçar os países, especialmente em desenvolvimento", a fazer concessões que vão além do que estão preparados.

Os Estados Unidos disseram que esperam "contribuições mais significativas" dos países emergentes, aos quais reivindicam — em uma posição que compartilham com a UE — que diminuam suas barreiras tarifárias para a entrada de produtos industriais e para o comércio de serviços. Por outro lado, os países emergentes, como China, Brasil e Índia, querem a maior abertura possível na agricultura, mas pretendem que se mantenha certa proteção no setor industrial para proteger seus incipientes industriais locais.

Já a representante de Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab, assegurou hoje que seu país quer ser líder nas atuais negociações para desbloquear a Rodada de Doha, mas enfatizou que necessita da ajuda de outras nações. O chanceler argentino, Jorge Taiana, denunciou hoje que o mandato original da Rodada de Doha não está sendo cumprido.

E, a presidente do Conselho de Ministros da União Européia (UE), a francesa Anne Marie Idrac, destacou que os 27 países-membros fizeram ofertas vantajosas para os países em desenvolvimento no âmbito agrícola e que essa é sua última palavra pois eles não estão dispostos a ceder mais.

Da UE é esperado que abra seus mercados às importações agrícolas de países pobres, já que o bloco mantém reservas e sua posição de continuar protegendo produtos que considera sensíveis. Antes do início da reunião, o representante europeu nestas negociações, Peter Mandelson, tinha prometido um corte nas tarifas agrícolas de 60%, contra os 54% anunciados pelo bloco.

EFE
 
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