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 | 03/07/2008 04h18min

As principais medidas do plano safra, anunciado por Lula

Anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como estratégia para elevar a produção e reduzir o preço dos alimentos que estão inflacionando o custo de vida dos brasileiros, o plano agrícola terá efeito restrito. E, de acordo com especialistas, esse reflexo somente poderá ser percebido a partir de 2009.

Enquanto o governo lançava suas armas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou ontem que haja explosão de preços e culpou a imprensa, que estaria exagerando.

- Vocês não vão acreditar mas tem gente que gostaria que a inflação voltasse só para poder falar mal do governo depois - disse Lula.

O plano comercial apresentado em ritmo de comício em Curitiba (PR) prevê a aplicação de R$ 65 bilhões - complementados hoje com R$ 13 bilhões para a agricultura familiar. Com R$ 8 bilhões de acréscimo em relação a 2007, a intenção é elevar a produção em 5%, ultrapassando 150 milhões de toneladas na safra 2008/2009. O crescimento deve ser atingido, mas não sem verba privada, asseguram entidades e consultores.

Consumo e oferta mundial determinam os preços

O economista da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Marcelo Portugal explica que a inflação dos preços é um fenômeno global, causado pela melhor distribuição da renda mundial, que aumentou o consumo de alimentos em países como Índia e China. O fenômeno também está relacionado à quebra de safra causada pelo clima em outras nações. Contribui para o cenário o subsídio ao etanol pelos EUA.

- Atualmente, os preços são determinados pelo consumo e oferta mundial. Sobe fora, o Brasil exporta e sobe aqui - diz Portugal.

Nesse contexto, o consultor Fernando Muraro acredita que produtos de maior circulação no mercado interno (arroz, feijão e trigo) sofrerão impacto mais positivo do que líderes de exportação, como a soja.

Ao lembrar que estudos indicam a necessidade de R$ 110 bilhões para repetir a safra passada, Carlos Sperotto, presidente da Comissão de Crédito Agrícola da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, critica:

- O plano não faz jus à potencialidade brasileira.

 
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