| 02/07/2008 21h11min
Pela primeira vez em 18 meses o faturamento do setor industrial gaúcho fechou negativo, na comparação do mês com mesmo período do ano anterior. Em maio, a queda foi de 5,8%, segundo números divulgados pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), nesta quarta-feira.
— Apesar do resultado ter sido influenciado pelo menor número de dias do calendário, o que mais impactou foi a valorização cambial, que chegou a 16%, além do patamar já elevado de produção verificado no ano passado — afirmou o presidente da Fiergs, Paulo Tigre.
Já no acumulado do ano, foi o mercado de trabalho que ditou a dinâmica da atividade industrial. A elevação de 4,3% do número de empregos, aliado aos reajustes de salário médio em 7% acima da inflação, fizeram com que a massa de salários ficasse em 11,7%, maior que o mesmo valor dos primeiros cinco meses de 2007.
— Há dois aspectos importantes nesse cenário. Em primeiro lugar, que as regiões onde a indústria se faz
presente sintam maior circulação de
riqueza, com resultados positivos sobre o comércio nos próximos meses. Porém, é importante que essa elevação de custos de produção seja compensado com um maior nível de produtividade nas empresas, para que as mesmas consigam competir — afirmou Tigre.
O industrial destacou ainda que o crescimento do emprego ocorreu de forma generalizada na indústria gaúcha, conforme demonstrou o índice de difusão, que indicou que 70% das empresas elevaram seu quadro de empregados nos primeiros cinco meses do ano.
Setores
Em termos setoriais, as principais contribuições para o desempenho do IDI-RS no acumulado do ano vieram de Máquinas e Equipamentos (28,8%), Veículos Automotores (17%) e Alimentos (12,4%) Já os resultados negativos foram em Couros (-4,3%) e Bebidas (-7,2%).
A utilização da capacidade instalada foi 86,6%, a maior da série histórica, que iniciou em 1992. Os segmentos que bateram recorde foram Alimentos
(90,2%), Máquinas e Equipamentos (90,1%) e Veículos
Automotores (87,7%)
Exportadores
As indústrias cujas exportações respondem por mais de 22% do seu faturamento contribuíram para os resultados negativos do mês de maio. O faturamento dessas caiu 11,8% relativamente ao mesmo mês de 2007, enquanto que na média da indústria em geral, esse resultado foi de -5,8%.
Apesar disso, os empregos (2,7%) e a massa de salários (5,8%) cresceram na mesma base de comparação, mesmo descontando os efeitos inflacionários.
As informações são do site da Fiergs.
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