| 25/06/2008 16h55min
O dólar recuou novamente nesta quarta-feira e fechou abaixo de R$ 1,60, pela primeira vez após quase nove anos e meio. O dólar comercial cedeu 0,69% e encerrou o dia a R$ 1,591. A cotação é a menor desde 20 de janeiro de 1999, quando a moeda americana terminou a sessão valendo R$ 1,5765. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, o dólar negociado à vista caiu hoje 0,73%, para R$ 1,5908.
Em janeiro de 1999, o país viveu uma crise cambial, que culminou com forte desvalorização do real (entre os dias 12 e 29 de janeiro daquele ano, o dólar saltou de R$ 1,21 para R$ 1,98) e o fim das bandas cambiais. Desde então, o regime de câmbio no país passou a ser flutuante.
Juros
Hoje, o principal fator para a depreciação do dólar, tanto no mercado brasileiro como no internacional, foi a decisão do Fed (banco central dos EUA) de não alterar a taxa básica de juros americana, que está em 2% ao ano.
Uma parte do mercado
financeiro, ainda que minoritária, acreditava que o Fed
poderia elevar os juros, por causa das pressões inflacionárias no país. Um aumento nas taxas atrairia recursos para os títulos públicos americanos, diminuindo a oferta de dólar fora dos Estados Unidos e assim provocando alta nas cotações.
BC
A manutenção da taxa, por outro lado, confirma o potencial para operações de arbitragem com outras moedas, de países com juro mais alto e ascendente. O Banco Central (BC) do Brasil, por exemplo, vem elevando a Selic, e o BC Europeu sinalizou para possível alta no juro na zona do euro no próximo mês.
Às 16h15min, o euro subia 0,65%, a US$ 1,5675, repercutindo a decisão do Fed. O comunicado divulgado pelo Fed também colaborou para essa trajetória do dólar, ao afirmar que o BC americano espera que a inflação se modere mais tarde neste ano e no próximo — o que reduziria a necessidade de uma futura elevação nos juros.
Antes da decisão do Fed, que foi anunciada nesta
tarde, o dólar já recuava no mercado local por causa dos
ganhos registrados hoje nas bolsas de valores — tanto em Nova York quanto em São Paulo — e pelo sentimento de que a inflação brasileira poderia estar se acomodando.
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