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 | 24/06/2008 17h53min

Ibovespa perde 0,73% e quase anula ganhos do ano

No mês, as perdas da Bolsa alcançam 11,60% e, em 2008, somam apenas 0,44%

A expectativa com o resultado da reunião do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) amanhã e o resultado ruim dos indicadores conhecidos nesta terça-feira nos Estados Unidos fizeram com que as bolsas caíssem em Nova York, ainda empurradas pela alta do petróleo.

A Bovespa acompanhou e se aproximou de zerar os ganhos acumulados em 2008. As ações da Vale até amorteceram a queda, mas os setores siderúrgico e bancário foram destaques negativos, assim como Petrobras, que não conseguiu sustentar a elevação até o final do dia e fechou em baixa.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa paulista, encerrou o pregão em queda de 0,73%, aos 64.167,8 pontos. Oscilou entre a mínima de 63.713 pontos (-1,43%) e a máxima de 65.084 pontos (+0,69%). No mês, as perdas alcançam 11,60% e, no ano, os ganhos atingem apenas 0,44%. O volume financeiro segue fraco, mas hoje foi melhor do que o de ontem, somando R$ 5,27 bilhões.

Em Nova York, o índice Dow Jones recuou 0,30%, o S&P fechou em baixa de 0,28% e o Nasdaq encerrou em queda de 0,73%. A Conference Board apresentou hoje o pior resultado da confiança do consumidor em 16 anos: em junho, o dado ficou em 50,4 (ante 57 previstos), de 58,1 em maio.

Outro índice ruim foi o de preços dos imóveis S&P/Case-Shiller para 10 cidades, que bateu recorde ao cair 16,3% em abril em comparação ao mesmo período do ano passado. Em relação a março, a queda foi de 1,6%. O índice de preços para 20 cidades cedeu 15,3% em abril (outro declínio recorde) ante abril de 2007 e caiu 1,4% ante março deste ano.

Pressionou ainda negativamente as bolsas nos EUA a alta do petróleo. Na Bolsa Mercantil de Nova York, o petróleo subiu 0,19%, para US$ 137 por barril.

O dia foi calmo neste mercado, segundo operadores, mas os investidores apostaram na alta das cotações por causa da divulgação, amanhã, dos estoques semanais do produto nos Estados Unidos.

A quarta-feira vai ser um dia carregado de eventos, com destaque principal para a decisão do Federal Reserve sobre a taxa de juros americana.

Os indicadores divulgados hoje empurraram para mais longe uma elevação da taxa de juros. E os analistas vão procurar no comunicado que acompanha a decisão do Fed justamente para quão longe vão estas projeções.

No mercado doméstico, as ações da Vale foram novamente destaque de elevação, após a notícia de que a australiana Rio Tinto conseguiu reajustar seu minério de ferro em 100% na negociação com as siderúrgicas japonesas.

Ontem, as chinesas aceitaram um reajuste de 85%. Estes aumentos foram superiores aos conseguidos pela Vale este ano e significam que, apesar do temor de recessão mundial a partir dos Estados Unidos, a demanda segue muito aquecida, a ponto de as mineradoras conseguirem passar adiante um aumento desta magnitude.

Vale ON subiu 1,79% e Vale PNA, 1,47%. No mês, no entanto, as ações acumulam, respectivamente, perdas de 12,24% e 11,33%. Petrobras ON caiu 0,39% e Petrobras PN, 0,27%. O volume segue fraco e muitos investidores estrangeiros continuam se desfazendo de Petrobras.

Agência Estado
 
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