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 | 06/06/2008 17h57min

Ibovespa fecha em baixa de 2% com desemprego nos EUA

Bolsa acumulou perdas de 3,87% no mês e na semana

Depois do breve intervalo de quinta-feira, a Bovespa voltou a fechar em baixa nesta sexta, influenciada pelo fraco relatório do mercado de trabalho americano referente ao mês de maio. Os números sinalizaram recessão na maior economia do planeta e levaram o dólar para baixo. Os investidores saíram à procura de ativos tangíveis e pressionaram metais e títulos do Tesouro americano, além de levar o petróleo para novos recordes. Diante do quadro de retração econômica nos EUA, as ações da Petrobras não acompanharam o petróleo e fecharam praticamente estáveis.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa paulista, encerrou o dia em queda de 2,00%, aos 69.785,9 pontos. Oscilou entre a mínima de 69.515 pontos (-2,38%) e a máxima de 71.211 pontos (estabilidade). No mês e na semana, acumulou perdas de 3,87%, mas, no ano, ainda tem ganhos, de 9,24%. O volume financeiro negociado hoje totalizou R$ 5,867 bilhões.

Em Nova York, o índice Dow Jones recuou 3,13%, o S&P perdeu 3,09% e o Nasdaq caiu 2,96%.

Desemprego

O Departamento do Trabalho anunciou que a taxa de desemprego nos EUA subiu 0,5 ponto percentual, o maior aumento em 22 anos, para 5,5% em maio, seu maior nível desde outubro de 2004 e que caracteriza recessão. Além disso, o número de vagas de trabalho no país caiu 49 mil. O número foi menor do que o previsto (queda de 60 mil), mas os dados de vagas de abril e março foram revistos e mostraram queda maior do que o anunciado antes.

O recuo nas vagas em maio é o quinto mensal seguido, e seu reflexo sobre os ativos foi amplificado pelos dados de estoques no atacado nas empresas, que cresceram 1,3% em abril, bem mais do que o esperado pelos analistas (0,5%).

Petróleo

Tudo isso fez com que o dólar se enfraquecesse em relação a outras moedas no exterior, como o euro e o iene. Neste movimento, o petróleo, que é negociado em dólar, disparou. Em Nova York, o barril avançou 8,41% (ou US$ 10,75, a maior alta em valores na história), para o preço recorde de US$ 138,54.

Além do dólar, pressionaram o dólar as declarações do vice-primeiro-ministro israelense, Shaul Mofaz, de que não descarta atacar o Irã caso o país prossiga com seu plano de desenvolver armas nucleares; e o relatório do banco de investimentos Morgan Stanley estimando o preço do óleo em US$ 150 o barril até 4 de julho.

Embora as condições tenham se deteriorado muito hoje, os analistas ainda não estão pessimistas com o Brasil e apostam que há espaço de recuperação no curto prazo. É bom destacar que na segunda-feira o presidente do banco central dos EUA, Ben Bernanke, volta a discursar e, depois dos temores de hoje, ele bem pode adotar um tom mais tranqüilizador do que o de costume e reordenar as coisas temporariamente. A conferir.

Petrobras e Vale

Indecisos sobre qual sentido seguir com as ações da Petrobras, os investidores acabaram levando os preços dos papéis para um fechamento estável. As ações ON subiram 0,02% e as PN, 0,06%. Vale ON caiu 1,69% e Vale PNA, 2,57%. Apenas três outras ações do Ibovespa, além das da Petrobras, subiram.

Agência Estado
 
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